domingo, 31 de janeiro de 2010

As últimas dos Maravilhas


Conhecidos pelas suas peças raras e pela qualidade dos seus restauros, António Ramos Fonseca e o filho Miguel "Maravilhas" Fonseca não páram. Têm em curso não um, nem dois mas seis projectos de restauros de motorizadas portuguesas e estrangeiras, entre os mesmos o de uma raríssima Rosengar - uma motorizada nacional do começo dos anos 60 com a chancela da firma Sucena & Faria, do Porto, e como se isso não bastasse, à semelhança de outros coleccionadores nacionais, começaram também a encantar-se por triciclos, a sua primeira aquisição nesta área tendo sido duas Motalis com motor Zundapp, uma delas praticamente como nova. A ideia inicial de Miguel, o responsável do projecto de restauro das duas, era aproveitar as peças de uma para restaurar a outra mas em face do bom estado geral das mesmas, o plano agora é restaurar as duas. Boa!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sai mais outra


Ela aí está, a Dmc 19. Atrasada, como toda a Dmc que se preze mas, modéstia à parte, ainda um pouco melhor que a anterior que já de si era uma das melhores Dmcs que fizemos desde que a revista existe há um ano e nove meses. Muitos artigos interessantes, desde o da capa, sobre a Ducati 350 Desmo, às fichas do mês - uma da Cushmann, outra da Gazela, a terceira da Maserati, e a quarta da Sanglas 400T - passando por dois artigos de restauros, um sobre uma Vespa VNA e outro de uma Kawasaki 500 Mach III, a apresentação da colecção de Joaquim Borges de Castro, um memorial de Agostinho Macau, e outros. Não é ainda a boa revista de motos clássicas com 100 páginas gostaríamos que Portugal viesse a ter um dia mas é algo nesse sentido!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Especial, e baratinha!


Vespas clássicas há, felizmente, cada vez mais, mas como tudo na vida, há umas que são mais especiais que outras e esta - uma 150 do final dos anos 60 - do norte-americano Jeremy Rothacker, é mesmo muito especial. Jeremy quis personalizá-la de uma forma especial e, para começar teve a ideia de lhe arranjar um sidecar. Depois quis pôr-lhe uma pintura especial e lembrou-se desta combinação, mesmo à anos 50-60, de tons verde-canário e branco. E não contente com isos, montou-lhe uma embraiagem de discos muito similar à das motos, para além de lhe der dado uns cavalos a mais, tanto com a mudança de carburador para um maior como pela mudança de piston. E como se tudo isto não fosse já suficiente para fazer a máquina especial, Jeremy ainda teve a ideia de mandar a Vespa de barco para a Índia para que o restauro lhe saísse mais barato. Tudo junto, a limpeza geral da moto, sidecar, pintura, cromados e as mudanças no motor, saiu-lhe por cerca de 1000e. Como a moto lhe tinha custado, há um ano atrás, 800e, e como gastou cerca de 500e em transportes marítimos, a "sua" preciosidade ficou-lhe em pouco mais de 2000e. É caso para dizer que quem tem boca vai a Roma!

domingo, 17 de janeiro de 2010

A "mãe" da V5?


Antes do surgimento da então revolucionária SIS Sachs V5 em 1964, teria a então Organização Sachs Portuguesa (OSP), a empresa que deu origem à SIS nesse mesmo ano, produzido alguma outra motorizada claramente desportiva? Até recentemente pensava-se que não mas a verdade, afinal, pode ser um pouco diferente. Pesquisas feitas em torno do trabalho de restauro de uma Cruzador Smith fabricado pela OSP em 1963 terá concluído que pelo menos esta Smith já vinha de fábrica com alguns detalhes de competição, incluindo o banco (já com um ligeiro baquê e muito similar ao da Cruzador Aprilia) e o guiador (mais baixo que o de outras Cruzador). Caso se consiga confirmar que não foi um caso isolado, teríamos que acrescentar um capítulo à história das motorizadas em Portugal!

sábado, 16 de janeiro de 2010

A Vincent de fato de banho


Após uma análise mais detalhada dos resultados do leilão de motos antigas que teve lugar em Las Vegas há uns dias atrás, e dos quais espero falar numa das próximas Dmcs, descobri que a moto mais cara que foi a leilão foi uma Vincent Black Lightning do final dos anos 40. Foi levada à praça por 240.000 dólares, 170.000 euros, mas não foi vendida por não ter obtido a licitação mínima. Não obstante isto, fiquei surpreendido pelo valor que a moto terá - já num leilão da Bonham's, no ano passado, a moto mais cara tinha sido uma Vincent - e fui investigar um pouco a história desta "senhora". Pois ao que parece esta Black Lightning era um avião na época. Só fabricada por encomenda, e montada toda à mão, tinha um motor bicilíndrico de 1000cc, quadro em alumínio prensado, comandos "descaídos", aros e outras peças em magnésio, e era considerada na altura uma das senão a moto mais rápida do mundo. E se já era famosa, e bastante cara para a época, ainda ficou mais famosa pela tentativa bem sucedida o piloto norte-americano Rollie Free de bater o recorde norte-americano de velocidade no deserto salgado de Bonneville. Depois de já ter alcançado a média de 239 kms/hora em duas tiradas, o que lhe dava o recorde, Rollie quis ainda fazer uma última tentativa e para reduzir ainda mais o já de si bastante baixo peso da moto - cerca de 150 Kgs - tirou toda a roupa que tinha e ficou só em fato de banho. Deitou-se todo na moto e fez o percurso nos dois sentidos com a ajuda de uma marca de tinta preta pintada propositadamente no chão para o guiar. O resultado foi que conseguiu ainda aumentar o recorde para 241 kms/hora. A foto que documenta o feito deu na altura a volta aos Estados Unidos e a Vincent ficou carinhosamente conhecida como "a moto de fato de banho"!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Tinha que ser uma americana


A moto mais cara vendida na semana passada no primeiro grande leilão internacional do ano de motos clássicas foi uma das raríssimas Pope L18, de 1918. Foi vendida por 100.000 dólares (cerca de 69.400 euros)o que, não sendo um valor recorde, mostra que o mercado por boas motos clássicas praticamente não perde valor mesmo em tempos de crise. Na Europa, uma Pope não seria talvez tão bem cotada, mas nos Estados Unidos é considerada, e com razão, uma das grandes marcas de motos de há 100 anos atrás. Tendo começado por construir carros e bicicletas, a Pope interessou-se pelo fabrico de motos em 1911. Esta L18 foi o último modelo fabricado pela marca. Com um motor bicilíndrico de 1000cc, árvore de cames à cabeça e suspensão tanto dianteira como traseira, era uma moto bastante avançada para a sua época mas devido à entrada dos Estados Unidos na primeira guerra mundial, a marca deixou de fabricar carros e motos e especializou-se no fabrico de metralhadoras. Apesar da empresa nunca ter oficialmente entrado em provas, corredores privados conseguiram dar umas boas dores de cabeça às equipas oficiais de outras grandes marcas americanas da época, nomeadamente a Excelsior, Flying Merkel, Harley, Indian, e Thor. Só quando a Indian e a Harley, em 1919-20, lançaram modelos, também de grande cilindrada, com oito válvulas, é que o seu reinado nas pistas chegou ao fim.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Hoje é dia de ducatar


Escrever os artigos maiores de uma revista de motos clássicas não é tarefa fácil, sobretudo quando temos a preocupação de acrescentar algo de novo ao que já é do conhecimento comum. E hoje reservei o dia para uma dessas escritas, para escrever um dos principais artigos da próxima Dmc, sobre a Ducati 350 Desmo de 1975. Se alguém aí souber alguma coisa sobre ela, por insignificante que lhe pareça ser, ou se souber de alguém que teve, tem ou gostaria de ter uma, estamos aqui deste lado!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Aulas de condução


Guiar uma clássica é bem mais complicado que guiar uma moto moderna. Arranque, mudanças, travões, suspensão, é tudo diferente e em muitos casos, a única coisa comum entre as "bombas" de hoje em dia e as de antigamente é pouco mais que o facto de que tanto umas como as outras têm duas rodas. A pensar nisso, o Vintage Motorcycle Club (VMCC) inglês, um dos clubes de motos clássicas mais antigos do mundo, vai realizar uma série de cursos para principiantes neste tipo de andanças, em Londres e noturas cidades do Reino Unido. Será que em Portugal ninguém estaria interessado em fazer algo parecido?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Maicolettas, Viceroy e outras


Vai ter lugar lugar amanhã e depois de amanhã em Las Vegas e ao que tudo indica vai trazer à ribalta algumas máquinas bastante interessantes. Trata-se do Mid America Las Vegas Antique Motorbike Auction, o primeiro grande leilão de motos antigas deste ano, e entre as 225 motos que vão poder ser compradas contam-se Indians, Scotts e Harleys dos anos 20, 30 e 40, AJSs, Nortons, Triumphs e outras inglesas do pré-guerra, japonesas fabricadas em pequenas séries, e algumas scooters bastante raras entre as quais uma Maico Maicoletta (a segunda maior scooter de sempre) e uma Velocette Viceroy. No leilão do ano passado, mesmo com a palavra crise em cima da mesa, a maior parte das motos em venda - 500 - venderam-se bem, se bem que algumas só começaram a receber lances depois do valor inicial ter sido baixado. O recorde na altura foi alcançado por uma raríssima Crocker de 1941 a qual acabou por ser vendida por 230.000 dólares, qualquer coisa como 160.000 euros. Como o dólar continua fraquinho, vai certamente haver um bom número de estrangeiros de olho no leilão!