sexta-feira, 30 de abril de 2010

O inteligente com três rodas

Apesar de não ser uma invenção portuguesa - ainda antes da segunda guerra mundial já havia fabricantes italianos a fazerem experiências com este tipo de veicúlos - os triciclos deixaram fortes marcas no panorma motociclístico português nas década de 50, 60 e 70 e ainda hoje se vêem uns quantos a andar por aí, sobretudo para a venda de gelados e castanhos. Este porém, é especial, sobretudo pela roda de trás não estar directamente acopulada às da frente e pela sua
caixa de carga ser muito baixa, assim feita para baixar o seu centro de gravidade o mais possível. Ao que parece tiveram bastante sucesso tanto na Madeira como nos Açores - esta foi "descoberta" na ilha de São Miguel, na Povoação - para a venda de pão e de peixe e no Funchal até haverá um em estado de colecção (este da foto, como se pode ver pela roda de trás e outros pequenos pormenores já não está bem assim) que tem uma balança por cima da caixa onde era pesado o peixe. Quem terá sido o seu fabricante? A Famel é pouco provável pois este modelo não consta dos seus catálogos? Terá sido a Ernesto? Pode ser, mas não se parece muito com os seus triciclos. Quem terá sido então?

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ficará pronta a tempo?


Apesar da sua vida profissional lhe deixar pouco tempo livre para as motos clássicas, Juan Santos de Vagos tem-se desdobrado em esforços para que o segundo encontro nacional de Alpinos que vai ter lugar no domingo em Montemor-o-Novo seja um sucesso. Fez uma revisão completa aos três ciclomotores da marca italiano que está a pensar levar, desdobrou-se em contactos com amigos e conhecidos para que eles também venham ao encontro, e ainda teve que preparar toda a logística da viagem dos quase 400 quilómetros de ida, mais outro tanto de volta. Mas como se isto não fosse suficiente, há poucas semanas atrás, de repente, resolveu ver se conseguia também acabar o restauro de uma rara Alpino a quatro tempos com duas válvulas à cabeça que já tem há seis anos. Na altura, quando a comprou, o motor tinha problemas e Juan não chegou a fazer mais de 30 kms com ela. Ainda pôs o motor a arranjar num especialista em Alpinos mas o mesmo não resolveu o problema o que fazia antever que esta era daquelas clássicas que dificilmente alguma vez ia voltar a andar. Com a história do encontro, porém, Juan arranjou coragem, pôs o motor a arranjar noutro lado e, passadas poucas semanas, ele já está outra vez a trabalhar. Entretanto, dada a sua paixão por tudo o que são Alpinos, decidiu refazer o sistema eléctrico, mandar recromar todos os cromados e fazer outras mexidas na moto de modo a tê-la como nova no dia do encontro. Em princípio vai conseguir, mas pelo sim pelo não, tirou o dia de hoje de férias para se dedicar a acabar a montagem da "senhora"!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Valente

Chama-se Mário João, tem 33 anos, e mora em Vila Cova, uma aldeia minhota junto ao rio Cávado. O avô tinha uma Macal M70 das primeiras, que utilizava todos os dias. No final dos anos 80, num cruzamento próximo de casa, um carro bateu-lhe por trás e ele foi-se. Depois disto, a Macal ficou a apodrecer debaixo de uma árvore mas há aproximadamente dois anos, Mário João - que até nem ligava muito a motos clássicas - descobriu-a. Comprou-a, e depois de muito trabalho de restauro e compra de peças novas, conseguiu pô-la como se tivesse saído da fábrica, no mesmo amarelo e vermelho em que vinha pintada e tudo. Já começou a dar umas voltas com ela e, se tudo correr bem, dia 16 de Maio a M70 até vai participar no primeiro passeio de clássicas que vai ter lugar na aldeia. "É como que uma homenagem ao meu avô", diz ele, "Cada vez que ando na moto, é um pouco como se ele também estivesse ali a andar comigo".

terça-feira, 27 de abril de 2010

O mistério carabelliano


Tanto quando a fotografei no sábado em Cavalões no meio de quase outras 200 motos e motorizadas para a próxima Dmc como, depois, quando a analisei com mais calma já de volta à base na capital do betão, à primeira vista era só mais uma motorizada do passeio que chamava a atenção pelo seu nome e pelas suas linhas bonitas, mas esta "míuda" azul com ares dos finais dos anos 50, começo dos 60, tem muito que se lhe diga. Após consulta com vários "expertos" em motorizadas nacionais, nomeadamente o Carlos Martins de Sangalhos, o Arlindo Carvalho de Castanheira de Pera e o Reinaldo Estaca de Conceição de Faro, e depois de descobrir que não há nada documentado - pelo menos que tenhamos conseguido descobrir - sobre a marca até à data, tudo indica que se trata de uma motorizada de montagem nacional, de nome Carabelle (como tem escrito no depósito), com motor Sachs de três velocidades de punho, e terá sido fabricada pela Vilar para um distribuidor do norte do país. O nome seria uma alusão aos aviões franceses Caravelle que nessa altura eram uma força de respeito na aviação comercial e o logotipo no depósito até tem uma imagem de um Caravelle, mas porquê então Carabelle e não Caravelle? E quem era o distribuidor dono da marca? E onde é que ele se inspirou para estas linhas tão bonitas? Alguém que, por milagre, tenha conhecido o dono da marca, ou algum seu familiar, saberá elucidar o resto do país sobre estes e outros mistérios desta beleza?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O recorde de 1951

Hoje são objecto de coleção, e preciosidades históricas mas em 1951 as bicicletas com motor auxiliar eram muito importantes mesmo, tanto para as marcas que as fabricavam como para as centenas de milhares de europeus que se deslocavam diariamente nelas para os seus locais de trabalho. A Victoria alemã foi uma das muitas marcas que investiu neste tipo de mercado mas só o descobriu em 1951, uns bons anos depois da Alpino, Ducati, Lutz, Vap e outros fabricantes italianos. O seu motor auxiliar, - o FM 38 (de 38cc) - tinha, porém, um excelente desempenho e era bastante fiável. Para mostrar ao mundo que ele era mesmo especial, a marca contratou o piloto alemão Georg Dotterweich o qual em 1951, na auto-estrada de Munique para Ingolstadt, conseguiu atingir a então estonteante velocidade de 79kms/hora com um motor deste tipo acoplado a uma bicicleta normal, o que se tornou o novo recorde mundial de velocidade para este tipo de motores. As únicas alterações de nota feitas no conjunto foram a montagem de uma ignição com bateria de célula, a substituição do guiador por avanços e a montagem de uma carenagem envolvente que ainda hoje quase parece saída de um filme de ficção científica.


Esta segunda foto, bastante rara por sinal, mostra a FM38 recordista em plena acção com o pequeno Georg Dotterweich, que não pesava mais de 60 kgs na altura, deitado em cima da máquina na sua estranha posição de condução. Repare-se na faixa pintada no chão da auto-estrada para que o mesmo pudesse manter a cabeça virada para o chão!

domingo, 25 de abril de 2010

De pai para filho


Não é toda a gente que se pode orgulhar de ter uma moto oferecida pelo pai depois deste a ter usado uns bons anos mas Tomás Formosinho Sanchez é desses felizardos. O pai, Pedro, resolveu presenteá-lo com uma lindíssima Bmw R100 GS Paris-Dakar que comprou nova em 1990 e com a qual fez umas dezenas de milhares de quilómetros, sobretudo na Península Ibérica. Apesar de muito ocupado - trabalha em plataformas de exploração petolífera e passa mais tempo no estrangeiro que em Portugal - Tomás está a planear fazer uma viagem inaugural a sério com a R 100 até ao verão, só em Portugal ou, eventualmente, também em Espanha. "Não tenho muito tempo", diz ele, "Mas não posso esperar pelo dia em que vou poder fazer mil ou dois mil quilómetros nela".

Cavalões no norte, Sobral cá em baixo

A temporada dos passeios, encontros e outros eventos ligados às clássicas está, decididamente, a entrar em velocidade de cruzeiro. Ontem já tiveram lugar o encontro de Cavalões, no concelho de Famalicão e a primeira prova do Troféu de clássicas no Autódromo do Estoril, enquanto hoje há mais dois, um também em Cavalões - a chamada Feira das Peças, e outro o primeiro encontro de motos e motorizadas de Sobral de Monte Agraço. Directamente e com a ajuda de outros carolas destas artes, contamos fazer a cobertura de todos eles no próximo número da revista mas para já aqui ficam três fotos do encontro de Cavalões onde tivemos ontem e onde ficámos surpreendidos pela qualidade das máquinas presentes assim como pela organização e dinâmica do evento.(Dmc 22)

A chegada da caravana a Cavalões no final do passeio, num ambiente já de romaria minhota!

Um bom exemplo das máquinas do passeio: uma Vilar (175 ou 200??) com motor Villers, possivelmente a primeira e única Vilar deste tipo numa concentração em Portugal (e no mundo!). (Dmc 22)

E um bom exemplo de boas pechinchas que se podia, e ainda hoje pode, fazer na Feira das Peças: uma Dunia com documentos por 100 euros. Escusado será dizer que passados minutos de ter sido posta à venda, já tinha dono novo!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Momento de pausa

Até 09 de Maio, o dia em que vai ter lugar o quinto encontro de Floretts da Murtosa, António Madail , o famoso mecãnico de Floretts da aldeia da Fontinha - a aldeia do distrito de Aveiro conhecida como a "aldeia das Floretts" - não tem mãos a medir. Desde "velhinhas" de 58, 59 e 60 até "modernas" RMs e RSs, tudo quanto é Floretts vem parar à sua oficina para revisões gerais ou alguma reparação especial para que no dia 09, e não só, não haja surpresas. E embora seja pouco dado a descansos, quando para além das motorizadas, a oficina recebe a visita de uns quantos "florettistas" -como aqui aconteceu com a visita de José Rendeiro, Miguel Henriques e Manuel Fernandes - lá se faz uma pequena pausa, para se falar imagine-se sobre o quê!


quinta-feira, 22 de abril de 2010

Hildebrandt & Wolfmuller para venda


É a moto menos potente das cerca de 250 que vão ser leiloadas no próximo dia 25 pela Bonham's no final da feira anual de Stafford, a principal feira inglesa de motos clássicas, mas segundo as previsões dos "experts", vai ser a que vai atingir um preço de venda mais alto. Trata-se de uma Hildebrand & Wolfmuller alemã, a primeira moto digna desse nome. Construída em 1894, tem um motor monocilíndrico de 1495cc a dois tempos com carburador aberto, sem roda livre independente, e travões de "colher" (que na prática eram uma colher cuja superfície convexa assentava, quando accionada, na superfície da roda dianteira) e o seu valor pode chegar aos 70.000 euros. Terão sido construídas cerca de 1000 durante o pouco tempo em que a empresa laborou e hoje existirão entre 10 e 20.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Já com supensão, mas só de molas!


A moto é uma Velocette monocilíndrica de 350cc e foi feita especialmente para correr no TT da ilha de Mann desse ano a qual ainda era- e ainda continuaria a ser por uns bons anos depois da guerra - o "Circuito" de motos de competição do Reino Unido, com "C" grande. Com o eclodir da guerra, porém, as corridas de motos no Reino Unido foram interrompidas e a Velocette acabou por ir parar à Austrália onde correu e se notabilizou com uma vitória na "Three Days of Australia", a principal competição de enudrance daquele país em circuitos urbanos ou semi-urbanos. Apesar do clima belicista da altura lhe ter tirado algum protagonismo, a máquina há-de ficar até à eternidade como uma das primeiras motos inglesas com quadro de suspensão, muito embora a dita cuja se limitasse - tanto à frente como atrás - a um sistema de molas amortecedoras.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Até 2,0 milhões de euros


Enquanto cá em Portugal já temos réplicas de Kreidlers e estamos cada vez mais perto de termos algo semelhante da SIS Sachs V5, em Inglaterra, um empreendedor com uma pancada por motos clássicas, Mark Upham, decidiu montar um negócio de réplicas de Brough Superiors, a moto mais cara do mundo. Foi há três anos atrás e já vendeu perto de 100, por preços entre os 40.000 e os 60.000 euros. Todas feitas à mão, como as Brough originais que se deixaram de fabricar em 1940, as "novas" Brough são de tal maneira similares às originais que foram consideradas como "Fit" pelo exclusivíssimo Brough Superior Owners Club, o clube de proprietários de motos da marca. Não obstante o seu preço não as fazer acessíveis a todas as bolsas, as Brough originais são mais caras ainda. O seu preço pode ir até aos 200.000 euros. Isto sem contar com a Brough que vitimou Lawrence da Arábia quando este, para se desviar de dois miúdos de bicicleta, chocou com ela. Denominada Lawrence VII (era a sua sétima Brough) foi toda reconstruída e hoje em dia tem um valor estimado em 1,5 a 2,0 milhões de euros. (embora o seu proprietário particular já tenha recusado há dois anos uma oferta de 2,5 milhões de euros dum sheik do Médio Oriente)!

O novo projecto do Martyn


O algarvio-britânico Martyn Knight é daqueles amantes de clássicas que não sabe estar parado. Mal está a acabar um projecto tem que pensar logo em começar outro, ou outros e foi o que aconteceu há uns meses atrás quando acabou de rerestaurar (é isso mesmo, rerestaurar) a sua Ducati 350 Desmo que apareceu na capa da Dmc 19. Mal ela estava pronta para ver outra vez a luz do dia, avançou com dois novos projectos. Um foi outro rerestauro, de uma Triumph que já tinha sido restaurada há uns 20 anos atrás e que já estava a pedir um pouco de atenção, mas o segundo, que se pode ver aqui na foto, tem que se lhe diga. É o restauro de raiz de uma Red Panther, Modeo 20, de 250cc e de 1935. Martyn compro-a num estado deplorável, tem vindo aos poucos a pô-la "as new" e se tudo correr bem fica pronta até ao Verão.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Vai uma Brough?


Não é todos os dias que se vê uma Brough Superior em Portugal, muito menos uma para venda, mas aconteceu no encontro de Viatodos, há poucos dias atrás, curiosamente no mesmo concelho de Famalicão onde se encontram as duas únicas outras Brough que se conhecem em Portugal. Esta é uma SS 80, possivelmente do começo dos anos 40, e o seu preço é negociável mas se estiver interessado em comprá-la conte, pelo menos à partida, com umas trinta notas de mil. (Dmc 22)

domingo, 18 de abril de 2010

Por essas Beiras desconhecidas


Aquele slogan de há uns anos atrás "Há sempre um Portugal desconhecido à espera de si", por vezes faz todo o sentido. E um exemplo disso passou-se comigo há uns dias atrás quando andava pelas Beiras a fazer o reconhecimento do próximo Por Montes e Vales que vai para a estrada de 13 a 15 de Maio. Estava eu a redescobrir as curvas e as paisagens da N15, que liga a N1 a Vilar Formoso, quando numa curva uns 30kms antes de Viseu dou com três motorizadas paradas na beira da estrada, à entrada do que parecia ser uma oficina de motorizadas "à antiga". Tive que ir espiolhar o que era e, para surpresa minha, descobri que era mais uma oficina que se tem aguentado com o passar dos tempos. Já vendeu muitas motorizadas nos anos 60 e 70, depois veio por aí abaixo, mas nos últimos anos tem estado a safar-se com a venda de umas scooters chinocas, equipamentos para jardinagem e serras eléctricas e - no que é o mais importante de tudo - com o restauro e reparação de motorizadas portuguesas clássicas. Umas para o próprio distrito de Viseu mas outras, e cada vez mais, para Aveiro, Porto, Coimbra e outros lugares mais distantes. Do lado direito pode ver-se uma Xf17 que vai começar a ser restaurada e atrás dela pode ver-se duas outras máquinas da época, já restauradas e "embaladas", que vão seguir dentro de dias, por uma empresa de camionagem, para os seus proprietários, um deles na região de Sintra (a quase 400kms de distãncia). Viva o futuro!

sábado, 17 de abril de 2010

Sai outra


Ela aí está, a próxima Dmc. Ficou pronta na sexta à tarde, já está na gráfica e está prometida ir para o correio na terça-feira. Com artigos sobre a BMW R25 (a moto da capa), sobre a MotorClássico, a Moita, Abragão (que teve lugar há pouco mais de uma semana), dois artigos técnicos sobre restauros (um sobre a Norton ES2 iniciada no número anterior e outro sobre a Royal Enfield G350 da qual já falámos aqui há uns dias atrás, quatro fichas very interessantes (a Motobecane Sc, a Cruzador Aprilia, a Zundapp Combinette, e a Norton Commando), uma foto-reportagem da última Retromobile de Paris, quatro páginas de classificados, etc, etc. Se é assinante, conte com ela na caixa do correio na quarta-feira. Se compra na banca, espere por quinta mas reserve já o seu exemplar! Ps Enquanto a revista não lhe chega às mãos, pode pelo menos ver já a capa em mais detalhe, bastando para isso clickar em cima da imagem da mesma.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Melhor que ouro


Ainda não é clássica nem tão pouco uma pré-clássica pois foi fabricada em 1993, mas a Suzuki SW-1 não só para lá caminha como pode orgulhar-se de ser a moto mais valorizada do mundo. E isto porque apesar da sua jovem idade, é tal maneira rara (só foi vendida no Japão e só durante alguns meses) e de tal maneira esquisita (parece-se muito com as scooters excêntricas dos anos 50 muitas das quais também só se fabricaram em pequenas séries),que tem despertado a atenção e interesse de coleccionadores de motos em todo o mundo. Quando, por milagre ou quase, aparece uma á venda, o seu valor pode chegar aos 15.000 euros, três vezes mais que o seu preço original de venda. O mais curioso é que até hoje não há uma explicação oficial para a marca japonesa a ter deixado de fabricar tão pouco tempo depois de ter sido lançada!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A Famel Victoria das Franças


É sabido que graças a alguns dos muitos emigrantes portugueses na Europa que também gostam de motos e motorizadas clássicas, há umas quantas SIS Sachs V5, Famel Zundapp Xf17 e Macal M70 a morarem também para lá dos Pirinéus mas daí a imaginar-se que alguém se daria ao trabalho de levar para lá uma gloriosa mas rara Famel Victoria do começo dos anos 50 a precisar de um grande restauro, vai um longo caminho. Não que a máquina pese muito, uns 60-70 kgs, mas porque as peças, o desenho e o modelo de pintura, e tudo o resto vai ter também que vir de Portugal. Mas para Francisco Costa, um coleccionador português que mora já há bastantes anos nos arredores de Paris e que tem dezenas de máquinas - incluindo BMWs, monocilíndricas e bicílindricas inglesas, francesas e também uma Famel Victoria - tal não é problema. "É uma forma de estar mais perto de Portugal", diz ele. Visto assim, realmente, restaurar a Victoria em França vai ser engraçado!

A very special Royal


Mesmo nas terras de Sua Magestade haverá poucas Royals que se encontrem tão impec como esta G 350 de 1948 de Carlos Marques, do Porto, que tive a oportunidade de conhecer com os meus próprios olhos aquando da minha última ida à capital do norte. Depois de ter sido comprada em segunda ou terceira mão em Barcelos, ficou 10 anos a descansar numa garagem-arrecadação do Porto até que Carlos, um dia a fazer arrumações, deu com ela num canto, pôs-lhe os olhos em cima e decidiu que ia pô-la como nova. O trabalho-base foi feito em dois anos com a ajuda de um expert de Santo Tirso, Fernando Alves, mas deste então, todos os anos, vão sendo feitas novas e pequenas melhorias. Por coincidência, ou talvez não, desde então a moto tem sido eleita o melhor restauro em quase todas as concentrações de Cavalões em que entra. (Dmc 21, 22 e 23).

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Quase pronta para vir para a rua


José Pedro Almeida já tem esta "bomba", uma bastante rara e muito bonita scooter Binz dos anos 50, há 16 anos. Nos seus tempos de estudante, apesar dela não dar mais que 30kms/hora, andou muito com a mesma nas suas deslocações diárias mas por volta de 2000 começou a andar em motos maiores e encostou-a a um canto na garagem da sua casa em Oliveira de Frades. Daqui a pouco mais de um mês, porém, a Binz deve voltar a rolar e a encantar quem se cruzar com ela na rua graças a um restauro exaustivo, e bastante demorado - já lá vão quase cinco anos que foi começado - que José Pedro está a levar a cabo com a ajuda de alguns familiares e amigos locais. No total foram fabricadas apenas 1800 Binzs e presentemente só haverá em todo o mundo umas 100 operacionais. (Dmc 22)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Quem disse que uma BMW tem que ser cara?


Victor Diniz, mais conhecido nos meios das clássicas como o Victor das Lambrettas, gosta sobretudo de scooters mas nos últimos anos, há semelhança de muita outra gente apaixonada por clássicas, começou a interessar-se também por motos e motorizadas. E uma das suas mais recentes aquisições foi esta BMW R75/5 de meados dos anos 70 que lhe ficou por qualquer coisa como 2000 euros. Por este preço, poder-se-ia pensar que ela só tinha o quadro, rodas, suspensão e pouco mais, mas não. Tirando os dois escapes, que estavam já meio podres e tiveram que ser substituídos, tudo o que a moto precisou para começar a andar foi um filtro de ar novo, uma limpeza nos dois carburadores e uma bateria nova. Segundo o próprio Victór, depois disso foi só dar à chave e ela começou a trabalhar. Para ficar como nova ainda vai ser preciso desmontá-la e tratar de tudo quanto é metais mas por 2000 euros e neste estado, é caso para dizer "Ca ganda compra!". (Dmc 22)

domingo, 11 de abril de 2010

O nosso homem da China


Chama-se António Silva, é portuguesíssimo da costa - nasceu e vive perto de Águeda - e talvez até nem nunca tenha ido à China mas é o responsável por uma pequena revolução a nível de peças para motorizadas portuguesas que tem a ver com a China e que pode ter consequências muito interessantes. Resumidamente, António manda fazer na China séries de peças para as motorizadas nacionais com mais procura e apesar de ter começado a fazer isto há pouco mais de um ano, o negócio está a pegar. Esteve na feira da Moita no mês passado, vai estar na Automobilia de Aveiro em Maio, e, a médio prazo, promete acabar com a falta da maior parte das peças mais procuradas para a V5, Xf17, K181, M70 e outras.

Back in the 70s'


Ver uma japonesa dos anos 70 a ser restaurada em Portugal é bonito. Ver duas ao mesmo tempo, como tivemos a oportunidade de ver há poucos dias atrás em Gaia, na Eurojap de Alberto Esteves, ainda é mais. A máquina da esquerda é uma Kawasaki 750 Mach IV de meados dos anos 70, encontra-se na Eurojap para uma revisão geral e pequenas alterações e vai depois para Oliveira de Azeméis. Quanto ao "bicho" da direita, é uma Honda 750 Four K2 de 1971 que se encontra na fase final de um resturo de raiz e que vem depois de Gaia para Lisboa. Dado o interesse desta máquina, e a qualidade do restauro, não estranhe se numa das próximas Dmc vir a descrição detalhada do trabalho feito nela!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Zundapps de origem com sotaque açoriano


Motorizadas nos Açores não há muitas e as poucas que há são, na sua maioria, Casal, Macal, SIS Sachs V5, ou Famel Zundapp Xf17 mas na Lagoa, na ilha de São Miguel, dois de três irmãos que possuem uma oficina de reparações automóveis apaixonaram-se uma coisa bem menos usual, Zundapps de origem. Um deles, o Luís, foi o primeiro a ter uma que já está restaurada e agora o outro, o Fernando, comprou duas na ilha e também já as tem quase prontas. Se lhes dá aos dois irmãos para gostarem de outros modelos de motorizadas clássicas, vamos ter uma febre de restauro deste tipo de motos em São Miguel!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Só para homens de barba rija


Abragão tem sido, e tudo indica que vai continuar a ser, acima de tudo, um encontro para motos, mas este ano, para além de Domingos Faria que fez os 300kms do passeio numa Suzuki RV50 de roda pequena, este grande passeio do norte teve uma outra, ou melhor falando oito outras, atracções especiais do reino das 50cc. Tratou-se de oito Floretts da Murtosa, Fontinha e outras terras próximas da Ria de Aveiro que, já habituadas a grandes tiradas, decidiram vir, no segundo dia do passeio, dos seus confins junto à Ria até Abragão, fazer o passeio desse dia, e depois de almoço voltar para casa, num total de cerca de 400kms! Só isto já seria um feito mas acontece que nesse dia logo por volta das quatro da manhã, quando os intérpridos motociclistas se preparavam para arrancar para Abragão, começou a chover a cântaros. Três dos oito ainda resolveram vir de carrinha, com as Floretts lá dentro mas os outros seis enfrentaram o dilúvio e vieram por mar, perdão pelas estradas cheias de água, até ao encontro. A ideia foi de Paulo Gabriel e, além dele, os outros cinco heróis da epopeia foram Albino Resende, António Augusto Madail (o famoso mecãnico de Floretts da Fontinha), Armindo Melo, Joaquim Cunha, e José Agostinho da Silva. Na carrinha, mas depois também participantes do passeio em Abragão foram o luso-americano José Rendeiro (um "jovem" de quase 80 anos!), José Oliveira e Miguel Henriques.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A prova dos nove


Após alguma pesquisa, e no seguimento de uma "lebre" lançada na Feira da Moita há alguns dias atrás sobre se teria existido ou não uma Famel com motor Famel, metemo-nos em campo e constatámos que realmente existiram duas séries de Famel com motor com tampas Famel, mas faltava-nos a prova dos nove. Uma fotografia de um deles. Pois graças a um leitor da revista, o Sr Júlio Rosa (e não Alfredo como por engano o chamámos inicialmente aqui), ela aí está! (Dmc 21)

Campeões em dia de chuva


Decididamente, as clássicas estiveram bem activas no norte no fim de semana passado. Para além de Abragão (que vai ter direito a uma senhora reportagem na próxima Dmc) e do encontro de Viatodos (que também vai ser falado na revista), um pouco mais para norte, em Braga, teve lugar um track day para motos de competição, clássicas e não clássicas, promovido pela federação de motociclismo e onde, entre outros se reuniram três heróis das nossas pistas dos anos 60 e 70 - André Sobral, António Sousa Machado e "Maninho" Sobral - que prometem dar que falar no Troféu Nacional de Velocidade de Clássicas deste ano, todos eles a correr nas gloriosas Yamaha TD e TZ. Também aqui, o tempo não ajudou mas ainda se andou na pista durante uma hora em preparação para a primeira prova do campeonato que vai ter lugar no dia 24 de Abril no Autódromo do Estoril.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Minis no meio do Atlântico


No continente, os grandes passeios de mini-Hondas conseguem juntar 60 a 70 destas gloriosas máquinas dos anos 60, 70 e 80, mas quando Rui de Freitas, um madeirense adepto das "minis", e alguns amigos decidiram organizar um encontro deste tipo de motos na ilha há poucos dias atrás, conseguir-se 10 ou no máximo 12 máquinas já não parecia mau. Graças, porém, ao passa-palavra, muitos telefonemas, e um programa xpto, juntaram-se nada mais nada menos que 22 minis. A coisa correu tão bem que não só já está marcado um encontro similar para o ano que vem como já há também "ministas" do continente a pensar seriamente como podem, por barco ou por avião, participar no dito cujo! (Dmc 21)

Abragão, Abragón, Abragôn, Abragáo


Já tinha ouvido falar dele mas nunca se tinha proporcionado ir ao encontro de Abragão que este ano, no fim de semana da Páscoa, juntou entre participantes e acompanhantes quase 200 pessoas, incluindo portugueses, espanhóis, franceses e este ano também ingleses, todos eles fãs das motos clássicas e de bons passeios nas mesmas. Apesar do tempo não ter sido o melhor - no primeiro dia do passeio choveu mesmo à séria - confirmou-se aquilo que já me tinham dito, que o passeio é mesmo algo à parte entre os passeios de motos clássicas em Portugal ou não fossem António Ferreira e Beatriz Máximo, os pais da ideia, os motociclistas de clássicas portugueses que mais participam em passeios deste tipo de motos no estrangeiro. Muita gente interessante, muitas motos raras, muitas paisagens bonitas, gastronomia cinco estrelas (tirando o jantar do primeiro dia) e bom material para a próxima Dmc que está quase fechada e se tudo correr bem ainda esta semana vai para a gráfica. E só para aguçar o apetite do que vai ser a reportagem sobre o dito, aqui fica uma foto de um dos "happenings" do passeio: o casal de ingleses Ken e Kate Baxter, ele com 69 anos e ela com 68, que vieram de propósito das terras de Sua Magetade, participaram no encontro com uma Brough Superior SS80 quase da sua idade, fazendo os cerca de 300 quilómetros do mesmo sempre com um sorriso, e sem avarias! (Dmc 21)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Olha a Dmc. É fruta ou chocolate!


Uma das grandes queixas de quem prefere comprar a Dmc mês a mês em vez de assiná-la é que não é fácil encontrar a revista nas tabacarias e bancas de jornais mas pelo menos no Porto, a julgar por esta foto que nos chegou há pouco, não há motivos de queixa. Ela mostra o escaparate da Tabacaria Belas Artes (na Rua Morgado Mateus, junto à Biblioteca Municipal) e não obstante poder ver-se nela umas 10 ou 12 revistas de motos diferentes, há uma que parece ter mais direito a destaque as outras, não é? Segundo o dono da tabacaria, Sr. Pinto, a Dmc parece quase "O Jogo" ou "A Bola". Quando está para sair não há quase dia que não passe cá alguém a perguntar por ela e enquanto não sai não descansam. A solução foi pedir mais revistas à distribuidora e pô-las no escaparate à porta da tabacaria. É remédio santo".