quarta-feira, 30 de março de 2011
A melhor barbearia do Algarve?
É raro aqui no blog termos posts que não sejam de motos mas este é, sem dúvida especial. E isto por vários motivos, e mais um. O primeiro todos é que a barbearia em questão, situada na Mexilhoeira Grande, no município de Portimão, é de um homem, António Marreiros, que há mais de 50 anos só tem moto, nada de carros. Só isso já dá direito a tirar-se-lhe o chapéu. Segundo o Paulo Jorge lá de baixo dos Algarves, que foi quem descobriu esta preciosidade, o António desloca-se para aqui e para ali numa Vespa 50S com pára-brisas e porta couves, ou seja, um verdadeiro carro de duas rodas. Mas a coisa não se fica por aqui. Adepto de tudo o que sejam duas rodas, o António não só faz questão de ter o calendário da MotoClássica no seu estaminé como dois - dois, sim - cartazes de promoção do Todos a Fátima. Talvez isso explique que apesar de só estarmos a contar com meia dúzia de participantes da região já haja uns vinte inscritos! E se, mesmo assim, ainda houver alguém que ache que isto são poucos atributos, aqui vai outro. Além de barbeiro e amante das duas rodas, o Sr António ainda é fotógrafo de casamentos aos fins de semana, pintor amador, e escritor (é, já escreveu um livro). Com tudo isto, só me resta dizer da próxima vez que tiver que cortar o cabelo, já sei onde vou, ou pelo menos onde gostaria de ir.
terça-feira, 29 de março de 2011
Sozinho, mas acompanhado
Há quem venha de mais longe mas, mesmo assim, de Moura a Fátima ainda são quase 300 quilómetros. Um esticãozão para se fazer numa "senhora", mas nada que assuste o mourense Paulo Camacho que logo que soube do projecto do "Todos a Fátima", se pôs a restaurar esta SIS Sachs V6 Lotus Export para ir com ela a rolar. Até agora Paulo ainda não conseguiu arranjar nenhum conterrâneo que queira ir também a rolar - há um outro grupo de mourenses que vai (Os Aceleras do Alqueva) mas que leva as motos de carrinha até perto de Fátima e depois é que vai por estrada - mas enquanto descobre mais algum e não descobre, já arranjou maneira de não ir sozinho. Na vizinha Serpa, pelo menos 10 membros do Clube Xf de Serpa vão a rolar e Paulo vai com eles. "O que eu gostava mesmo", diz ele, "Era ir com gente cá da terra mas até agora não arranjei mais ninguém e como esta malta de Serpa vai (por estrada) e é boa gente, vou com eles. E tenho a certeza que se isto se voltar a repetir, numa próxima vez já vai vir mais malta de Moura por estrada".
domingo, 27 de março de 2011
A extra-planetária da Polónia
Quando falamos em marcas de motos da Europa do Leste do tempo da cortina de ferro, os nomes que vêem mais rapidamente à cabeça são quatro ou cinco, incluindo a CZ e a Jawa da antiga Checoslováquia, a MZ e a Simson da antiga Alemanha de Leste, e a Ural da ex-União Soviêtica. Mas houve mais, muitas mais, e hoje, por mero acaso, cruzei-me com mais uma. Trata-se da OSA da Polónia - sem qualquer relação com a OSSA espanhola e tem uma história breve mais engraçada. Tratava-se de uma marca de scooteres criada pela WFM (Warszawska Fabrica Motocyklowa, ou Fábrica de Motocicletas de Varsóvia, em polaco), a marca tendo sido criada no começo dos anos 50. Teve basicamente dois modelos, o M50 de 150cc e o S6 de 175cc, e tanto um como o outro utilizavam motores a dois tempos horizontais com alhetas verticais e apesar dos mesmos serem relativamente rápidos - o S50, em particular obteve alguns recordes regionais de velocidade na sua categoria - eram relativamente fracos do ponto de vista mecânico. Possivelmente devido a isto, e mesmo não havendo concorrência local da Vespa ou outros fabricantes italianos, a WFM decidiu acabar com a marca por volta de 1962 mas hoje em dia, sobretudo na Polónia como no Reino Unido, a máquina goza de um status como peça histórica muito semelhante ao que a nossa Carina tem cá em Portugal.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Esta é para o inspector Poyrot
Aqui na revista temos para nós que todas as motos antigas são bonitas e simpáticas mas há umas que, - há que admiti-lo - além destas duas propriedades, têm uma outra: são uma grande dor de cabeça. No verdadeiro sentido da palavra, dizer que uma moto antiga é, ou foi, uma "dor de cabeça" teria a ver com as dificuldades que ela deu, ou está a dar no seu restauro, mas em termos de revista, o significado é ligeiramente diferente: uma "senhora" que dá dores de cabeça é uma cuja identificação se revela complicada. E esta, esta pequena Gloria dos anos 60, é um bom exemplo disso. É que para começar não houve uma marca "Gloria", mas três, uma no Reino Unido nos anos 20, uma segunda em Itália nos anos 40 e 50, e uma terceira em Itália também, nos anos 60 e 70. Por alguns pormenores como o tamanho do motor, a forma do cilindro, as rodas, e a suspensão traseira - esta pertencerá à terceira e mais recente Gloria, a qual por sua vez pertencia a uma empresa italiana Intramotor. Até aqui, tudo bem. Daqui para a frente é que começam as dúvidas, os pontos de interrogação, e os receios de falar demasiado nela. E isto porque por mais que tenhamos procurado - e acredite-se que estivemos ainda umas quatro a seis horas á volta do assunto - não descobrimos qualquer referência inequívoca a dizer que esta Gloria existiu. É certo que a Intramotor se especializou em ciclomotores mas tudo o que descubrimos dela, e a ainda descobrimos muita coisa, refere-se a ciclomotores dos anos 70 e 80, com linhas muito mais modernas que isto. Aqueles guarda lamas todos trabalhados e a caixa de ferramentas são típicos dos anos 60, do começo dos anos 60, para sermos mais exactos. No começo dos anos 60 porém, uma suspensão traseira como a desta Gloria, embora não impossível, seria algo revolucionário e muito pouco provável. Este tipo de suspensão só começou a ser usado no final da década, começo dos anos 70. Depois de muito coçar a cabeça, ainda nos deu para pensar que, eventualmente, isto poderia ser uma replica, ou um antigo-novo, mas nos anos 70 e 80, quando a Intramotor fabricou ciclomotores, a moda das réplicas ainda não tinha chegado. Que coisa mais estranha.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Sob o comando da EFS de banco curto
Aqui há umas semanas, nas minhas andanças pelo norte, estava eu parado numa rotunda à entrada de Lousada, á espera de um amigo, quando num espaço de cinco minutos passaram por mim não uma nem duas mas três motorizadas - uma V5 Racing, uma Fuego e uma Macal M70 - com aspecto de ainda serem máquinas do dia-a-dia. Ia ver umas motos com ele, ora pois, e no caminho para a garagem onde elas estavam, ainda tivemos que passar em mais duas rotundas. Numa não se viu mais nada, mas na outra, duas Floretts! "Grande terra", pensei para mim. "Até parece que estamos num filme do antigamente". Para supresa minha, como vim depois a descobrir, ainda não havia na terra nem clube de motos antigas nem nenhum passeio anual delas, mas ao que parece ambas as situações já foram resolvidas. E isto porque há poucas semanas atrás, uns carolas bem carolas destas coisas, oficializaram a constiuição de um clube de senhoras, o Clube Motoclássico de Boim", o qual já conta com quase 50 membros e já teve direito às suas primeiras fotos oficiais, com esta bonita EFS de banco curto em primeiro plano. O mais interessante é que o clube não só já se constitúiu como já tem agendado um plano de actividades para este ano que inclui, entre outros, um passeio organizado pelo próprio clube, no concelho de Lousada; dois ou três em concelhos vizinhos e o Todos a Fátima (onde poderão vir a participar quase 30). Para começar não está nada mal, não.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Relíquias pasteleiras
A última edição da Feira da Moita foi, à semelhança do que já é habitual nesta feira, algo bem mais pequeno que as feiras do norte mas interessante na mesma, e com algumas curiosidades daquelas que não se vê todos os dias. Algumas de motos mas outras de outras coisas como este mostruário dos anos 50/60 de chapas de marcas de bicicletas portuguesas dos anos 60. Foi um verdadeiro achado do algarvio Norberto Figueira e incluía as chapas de quadros de mais de 30 marcas diferentes, todas portuguesas. Faz parte de um lote de quase 1000 chapas que Norberto adquiriu de um antigo fabricante das mesmas, parte das quais estavam, a título individual ou em conjunto, à venda na Moita. Para quem goste de coisas portuguesas especiais ligadas às duas rodas, é um daqueles achados que só aparecem muito de vez em quando.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Do alto do mundo, ou quase
O beirão Luís André Costa, já decidiu: vem a Fátima, e vem a rolar por aí abaixo na sua Famel Mirage desde Manteigas, a sua terra, no topo da serra da Estrela. Há coisa de um mês atrás, tentou entusiasmar uns quantos amigos e vizinhos para virem com ele mas eles ainda não se decidiram e o bom do Luís não vai ficar mais à espera deles. "Eles agora que decidam mas eu vou e se for o caso vou sozinho", diz ele. "Por mais que lhes tenha dito que isto (de Fátima) não pode ficar para a última hora, ainda não se decidiram, e eu não estou para esperar. Já me inscrevi e pelo menos eu vou. E hei-de chegar a Fátima na Mirage, e depois hei-de voltar nela a Manteigas".
Por cá há uma, pelo menos
Lançada em 1985, a Honda XLV 750 R com dois cilindros em "V" foi a resposta da Honda à BMW GS80 e ao inesperado sucesso comercial que ela teve no seguimento dos bons resultados da marca alemã no Paris-Dakar. Era, e continua a ser, bonita até dizer chega, mas pesava 220 kgs em seco e tinha tanta tecnologia de ponta, incluindo veio de transmissão, ignições independentes para os dois cilindros, três válvulas por cilindro e outras coisas, que não ganhou grande fama em matéria de robustez e, com isso, não atingiu o volume de vendas esperado pela marca japonesa. Ao fim de três anos, em 1988, a sua produção foi descontinuada e no seu lugar ficaram outras motos da Honda mais específicas para utilizações mistas estrada-fora de estrada como a Varadero ou a Transalp. Foi o que se chama um "flop" comercial mas ao mesmo tempo uma daquelas motos com todo o potencial para vir a ser uma grande clássica. E ao que parece em Portugal há, pelo menos uma. Terá vindo dos Estados Unidos em caixotes e o homem que a comprou, no Alentejo, teria a ideia de a restaurar e montar, mas o trabalho ficou a meio, e a moto ficou esquecida durante anos. Há poucas semanas, porém, no seguimento de um artigo na MotoClássica do mês passado sobre o último leilão de motos em Las Vegas, em que uma XVR foi à "praça", o seu novo dono (a moto entretanto foi vendida, embora continue em caixotes), já está com a cabeça a fervilhar para a restaurar. Será que ainda a vamos ver o previlégio de ver uma XVR com matrícula portuguesa e, já agora, a rolar por aí? Era "muita" bonito. Era, era.
sexta-feira, 18 de março de 2011
O "milagre" do Entroncamento
A Mayal com motor Casal de duas velocidades que António Pires, do Entroncamento, está a pensar levar a Fátima, tem história e, espera-se, futuro também. Durante mais de 20 anos, entre 1970 e 1992, foi a moto que o seu pai Fernando, marceneiro de profissão, usou para se deslocar todos os dias até Torres Novas, onde trabalhava, e quando o mesmo faleceu e António ficou com ela, fez questão de a manter como ela se encontrava quando o pai a usava. A única coisa que lhe faltava era que a sua filha única, a Shana, começasse a gostar também de motos para que ela um dia pudesse também preservar a Mayal. Até agora tal não tinha acontecido mas, sabe-se lá porquê, desde que o pai anunciou em casa que ia em Junho a Fátima, a jovem - que até aí mal sabia distinguir uma motorizada duma bicicleta - já comunicou ao pai que não só quer ir também como quer aprender a andar de motorizada. Santo encontro!
quinta-feira, 17 de março de 2011
A monocilíndrica, quase, sem limites
O entusiasmo nacional à volta do Todos de Fátima está a surpreender tanto como, digamos, o termos pela primeira vez desde o Afonso Henriques três equipas apuradas para os quartos de final da Liga Europa, mas assim como a vida não é só feita de futebol, há muitas outras coisas interessantes nas motos antigas para lá de Fátima. E uma delas é um dos artigos da próxima MotoClássica. De há uns sete meses para cá, temos vindo a falar na revista sobre o historial de várias grandes marcas no mundo das corridas. Começámos com as très marcas italianas com mais "pedigree" nestas coisas (primeiro a Gilera, depois a Moto Guzzi e depois a MV Agusta) depois continuámos com as japonesas (Honda, Suzuki, Yamaha e no mês passado a Kawasaki)e este mês começamos com as inglesas, a primeira das quais é a Norton. E eu que pensava que até já sabia umas coisas sobre a marca - ou não fosse a Norton Commando uma das motos que hei-de um dia ter quando tiver garagem para isso - vim a descobrir uma montanha de coisas que afinal não sabia. Dados históricos, pequenos detalhes, curiosidades e outras coisas. O artigo da marca foi acabado ontem, uf, e embora me tenham ficado mil e um pormenores dele na cabeça, há um que é, muito provavelmente, o mais interessante de todos. É a constatação de como primeiro James Norton, o fundador da marca, e depois os engenheiros que o sucederam no departamento de novos projectos da Norton, como eles foram prodigiosos no desenvolvimento, ao longo de quase 50 anos, de uma família de monocilindrícos primeiro de 500cc e depois 350cc também, todos eles evoluções do motor da primeira Norton - a Model 1 ou "Energette" - concebida por James ainda antes de 1910 e que, praticamente até ao fim se mantiveram extremamente competitivos. É obra!
segunda-feira, 14 de março de 2011
O nosso "afegão"
Há quem venha de longe para o Todos a Fátima. Há quem venha do Minho, de Trás os Montes, das Beiras Interiores, dos Alentejos ou dos Algarves, e há até quem venha de Espanha, França ou Luxemburgo. Ninguém, no entanto, deverá fazer tantos quilómetros (se bem que a maior parte de avião) como o alentejano José Grego que tem esta Casal de quatro e outras preciosidades em casa mas que neste momento está no Afeganistão, inserido no contingente português que lá está ao serviço da ONU. Pois o Zé, que aqui aparece com o seu filho João - também ele entusiasta de motos como se está a ver - vai estar por aquelas paragens até Outubro mas conseguiu umas mini-férias na primeira quinzena de Junho e um dos grandes programas que tem enquanto cá vais estar, imagine-se qual é? Ir a Fátima com os amigos, ora pois. Zé vai vir a rolar desde Odemira, integrado no grupo da Sociedade Recreativa e Musical São Luís que deverá contar com 30 participantes um pouco de todo o concelho de Odemira mas a sua Casal quase de certeza que não vai ser muito difícil de identificar. E isto porque Odemira tem a fama, e o proveito, de ser das terras de Portugal onde mais se venderam Zundapps. Por outras palavras, não será de estranhar se à chegada a Fátima, entre os 30 participantes do grupo, 20 ou mais vierem montados em Zundapps. Mas se assim for, descobrir o nosso "afegão" e a sua Casal no meio daquilo tudo não vai ser tão difícil.
domingo, 13 de março de 2011
Quem diria!
Quem diria? Quem diria que o tema da Vilar seria tão interessante como tema de capa da MotoClássica? Eu, confesso,nunca me arriscaria a dizê-lo. Quando decidi fazer da marca de São Mamede de Infesta o tema principal da última revista, fi-lo mais na convicção que a Vilar merecia um dia ser capa que outra coisa. Pensei, sinceramente, que não havia muita gente interessada nesta confusão de modelos que à primeira vist parece que nunca mais acabam mas pensei também que, independentemente disso, a revista tinha a obrigação de ajudar a esclarecer o que pudesse ser esclarecido sobre o que foi o grande enredo "vilaresco". Pensei que o artigo ia ser lido e "punto" como dizem os espanhóis, mas não. Tirando as revistas que já tivemos dedicadas às duas motorizadas mais queridas deste país - a V5 e a Xf17 - nunca tivemos nenhuma MotoClássica cujo artigo principal fosse tão comentado. Só leitores a enviarem-nos fotos com modelos que falámos ou não falámos no artigo terão sido uns 10 e fora isso ainda tivemos uns quantos telefonemas, mails e cartas com gente a falar na marca e neste ou naquele modelo. Fazer esta revista todos os meses com uma estrutura pequena como a nossa cansa, mas com tanto feedback é caso para dizer que quem corre por gosto não cansa.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Com tudo já pronto
A grande maioria dos participantes do Todos a Fátima vem de longe, do Minho, das Beiras, dos Alentejos ou dos Algarves, mas também há quem venha de mais perto com o mesmo espírito de ajudar a fazer do encontro o maior do mundo para motorizadas e ciclomotores antigos. E um eemplo disso são os Amigos das Serras de Aires e Candeeiros, os quais têm membros de Mira Daire, Alcanena, Ourém e outras localidades próximas de Fátima e segundo um dos seus responsáveis, o Filipe "Bielas", já têm tudo preparado, homens e máquinas, para o encontro. Existente como grupo já há um bom par de anos mas só recentemente oficializada como tal, a associação espera levar a Fátima entre 15 e 20 máquinas, entre Sachs V5, Famel Xf17, Floretts, Macal e outras maravilhas. Para além desta associação, só na região de Fátima e Leiria já há 14 outros agrupamentos aderentes ao mega-evento de Junho.
quarta-feira, 9 de março de 2011
Com gasolina à borlius
A temporada dos passeios de clássicas do norte só começa a sério a partir de Abril mas este ano, vamos ter duas já em Março. Primeiro é o encontro de Vespas da Póvoa do Lanhoso, já no dia 20, e no fim de semana seguinte, a 27, é o primeiro Encontro de Vespas e Motas Antigas de Lordelo, no concelho de Guimarães. E embora a meteorologia nestas alturas seja sempre uma incerteza, pelo menos no caso do encontro de Lordelo, os organizadores contam com um trunfo de peso. Com o apoio de um dos seus patrocinadores, conseguiram que uma das ofertas aos cerca de 100 participantes que são esperados no passeio seja na forma de gasolina, isso mesmo esse precioso líquido que vem das terras de Muhamar Kadhafi e companhia. A organização é da Junta de Freguesia de Lordelo a qual conta com o apoio dos LordVespas.
terça-feira, 8 de março de 2011
Quatro mais um
Os cinco são minhotos, de Braga, e preparam-se para ir a Fátima, ao que parece a rolar desde Braga. Só que havia um problema. Um dos cinco, o homem da ponta esquerda na foto - o Miguel - não tinha motorizada e em princípio ia só acompanhar os outros quatro - o Manuel numa Motobil, o Abílio numa Xf17, o Álvaro numa EFS e o António numa Casal. Ia também numa clássica, uma Jawa 250, mas ao chegar a Fátima não ia poder participar no recorde do mundo. O caso parecia que ia ficar por aí mas há poucos dias atrás, foi-se-lhe arranjada uma SIS Sachs V5 emprestada por um dos outros quatro (o Manuel) pelo que os Amigos de Braga, como o grupo se chama, afinal tem, pelo menos, mais um elemento. Fixe.
domingo, 6 de março de 2011
O renascimento da "nossa" Neracar
Quando José Pereira, há cerca de um ano atrás, comprou uma Neracar em bastante mau estado em Inglaterra, os próprios ingleses experts na matéria mostraram-se na altura descrentes que aquele "monte de ferros enferrujados" algum dia tivesse conserto. A moto estava não só em muito mau estado como as suas formas especiais, a Neracar destaca-se pela sua carroçaria envolvente com formas extremamente arredondadas - faziam com que o restauro da mesma fosse à partida bastante complexo. Mas não impossível. Durante meses ela permaneceu quietinha, mas não esquecida, na chamada "enfermaria" do museu que Zé Pereira tem em Felgueiras. Enquanto outros restauros iam avançando, foi-se juntando documentação sobre a mesma e foi-se estudando qual a melhor forma de recuperar a carroçaria. No começo do ano, finalmente, o restauro começou a andar e, apesar de ainda faltarem alguns meses para ser dado como terminado, já se começa a notar que vai ser outra grande atracção da sua colecção. E quanto aos cépticos bifes, pois não só deixaram de estar cépticos como já querem fazer da Neracar "portuguesa" um case study de divulgação da marca na "Classic Motorcycle", a principal revista inglesa de clássicas.
sábado, 5 de março de 2011
E a vestimenta, como é que é?
A maior parte das pessoas que está a planear tomar parte no que promete ser o maior encontro do mundo de motorizadas antigas, no próximo mês de Junho em Fátima, tem as suas atenções viradas para a preparação da moto com que vão tomar parte no evento e a logísitca envolvida na deslocação a Fátima mas há quem esteja também a pensar noutras coisas, como a indumentária que vai levar vestida. E entre os grupos que prometem marcar a diferença neste aspecto está o dos Lobos da Vinha, da Arruda dos Vinhos, na Região Oeste, o qual vai vir equipado a rigor com o seu equipamento facilmente reconhecível pelos "capacetes-garrafão". Embora seja possível que nem todos os cerca de 15 membros do grupo venham com esta indumentária tão sui generis, pelo menos o seu núcleo duro, constituído pelos quatro homens da foto (o Ricardo (na ponta esquerda), o Brilha, o Frade e o Godinho) prometem vir com este seu uniforme. Se também vai a Fátima, quando os vir não vai ter certamente dúvidas de quem eles são.
quarta-feira, 2 de março de 2011
O livro das motos de 1928
Sabe-se pouco dele, mas é apaixonante. É um almanque sobre motos que foi feito em 1928 com a intenção de ter uma periodicidade anual. Tinha quase 200 páginas profusamente ilustradas com esquemas de motores, explicações sobre marcas, desenhos de depósitos e outras maravilhas das motos da época. A edição de 1928 ainda se fez mas a crise de 1929-33 não permitiu que a ideia tivesse continuidade.
Hoje é uma raridade encontrá-lo à venda e quando aparece um, o seu preço pode ser superior a 1000 libras. Por sorte descobrimos uns dados - e umas ilustrações - de um deles, na Austrália, e na próxima MotoClássica vamos ter um artigo de uma ou duas páginas, com ilustrações fantásticas, sobre o dito. É daqueles artigos a não perder.
Hoje é uma raridade encontrá-lo à venda e quando aparece um, o seu preço pode ser superior a 1000 libras. Por sorte descobrimos uns dados - e umas ilustrações - de um deles, na Austrália, e na próxima MotoClássica vamos ter um artigo de uma ou duas páginas, com ilustrações fantásticas, sobre o dito. É daqueles artigos a não perder.
terça-feira, 1 de março de 2011
De volta à estrada
Nem de propósito, poucos dias depois de sair cá para fora a última MotoClássica, cuja capa é dedicada à Vilar e aos seus múltiplos modelos, cruzei-me com uma em Lousada, e que uma. É uma Perfecta Zundapp do final dos anos 60 similar a tantas outras que se venderam na época de norte a sul do país, mas esta tem uma história e peras. Pertenceu a um tio-avô destes dois rapazes, o João e o Carlos Sousa, e quando ele morreu passou a ser do pai dos dois, Carlos Alberto Sousa. O pai, entretanto, também faleceu e a moto foi vendida a um sucateiro da região. Um dia, um pouco à descoberta, os dois irmãos deram com a moto e, com uns cobres daqui e outros dali, acabaram por conseguir que ela voltasse à família. Oportunidade para a restaurar como impec ainda não houve mas já a puseram a trabalhar, já participaram com ela num passeio local de motorizadas antigas que teve lugar em Lousada no ano passado, e agora estão a preparar-se para vir com mais uns quantos familiares e a amigos a Fátima, em Junho. O pai já não está cá mas aposto que, lá de cima, ele está mais que maravilhado de ver que os filhos a dar uso e estima à Perfecta.
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