terça-feira, 29 de novembro de 2011

E o William descobriu a Super Sport

William, o homem da direita sentado na Zundapp Super Sport, não é, ou pelo menos não era, um apaixonado de motos sejam elas modernas ou clássicas. É um futebolista brasileiro que teve em 2010/11 a sua primeira temporada na Europa, em Itália, e que agora, há poucas semanas atrás, foi passar férias ao seu Brasil. O seu pai, porém, é português, da Póvoa do Varzim, e antes de partir para o outro lado do mar, William decidiu vir a Portugal visitar a família à Póvoa, ou melhor falando à aldeia de Navais, perto da Póvoa. Acontece que o seu primo Bruno é "maluquinho" por clássicas e não descansou enquanto não o põs a andar de moto. E como o Bruno é boa gente, disponibilizou-se mesmo para que o primo William sentisse, de carne e osso, a maravilha que é uma Super Sport. Até aí tudo bem. O que já não estava previsto é que o William se "apaixonasse" pela máquina. Acontece que se apaixonou e embora não a tenha levado no avião consigo, parece que não descansou enquanto não juntou tudo o que é informação sobre a moto, para levar consigo algumas recordações desta sua paixão luso-alemã. E como em Navais ainda há umas quantas Zundapps - entre 30 e 40, ao que dizem os locais que gostam de motos - vai-se a ver e um dia destes ainda aparece aí um pedido do William para a família de cá lhe comprar uma Super Sport e a mandar para Itália. Que dava nas vistas, dava.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Naquele tempo

Parece uma falácia mas no mundo do motociclismo de competição cada década tem tido o seu, ou os seus heróis. O dos anos 50 foi o inglês Geoff Duke com quatro títulos de campeão do mundo na classe raínha da altura, as 500. Depois nos anos sessenta foi primeiro Mike Hailwood (também com quatro títulos)e depois Giacomo Agostini (com oito, os últimos já na década de 70). Nas duas décadas seguintes, um grupo de cinco norte-americanos (primeiro Kenny Roberts e depois Freddie Spencer, Eddy Lawson, Kevin Schwantz e Wayne Rainey) conseguiu entre si 13 títulos. E mais recentemente tivemos o não menos grande Valentino Rossi, com os seus sete títulos. Antes de todos eles, porém, houve um outro grande senhor com muitas vitórias em pista. Foi o irlandês Stanley Woods cujo palmarés na década de 20 abarca 29 vitórias em grandes prémios e 10 no TT da Ilha de Mann, a principal competição de pista de motos na altura. Nunca, nem antes nem depois, nenhum piloto conseguiu nem igualar nem acercar-se perto deste fantástico palmarés. Embora a sua grande paixão fossem as provas de pista, Stanley também gostava de participar em scrambles (as provas que antecederam o motocross e que na altura já eram famosas sobretudo no Reino Unido), e provas de trial. O que não se sabia, e que esta foto recentemente vinda a público veio documentar, é que o "senhor" como era conhecido, entrava nestas provas vestido a rigor, de gravata e tudo. Normalmente, tanto nestas provas como nas provas de pista, os pilotos equipavam-se já com combinações de couro, nas pistas corridas e nas provas de fora de estrada de duas peças. A foto, inicialmente publicada no blog inglês Nortonvintage, mostra Stanley numa Norton M18 cuja únicas alterações seriam um travão de 8 polegadas de tambor na roda da frente, a panela de escape alterada por causa das passagens de ribeiros, e o reposicionamento do magneto.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Surpresas sem fim

O fantástico mundo das motorizadas portuguesas não pára de nos surpreender. Quando pensávamos que já não havia mais marcas para conhecermos eis que esta deu à costa esta. O seu nome é "Estrela Rolante" e pelo visual é uma montagem Macal do final dos anos 60, começo dos 70. De onde será esta maravilha e qual a sua história? Pena as "senhoras" não falarem, não é?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Preciosidades à espera de comprador

Esta foto, descobri-a meio por acaso, quando estava a pesquisar o tema da capa da última SóClássicas, as motos inglesas dos anos 20. Todos os estudiosos da matéria parecem de acordo em que um dos grandes impulsionadores do forte crescimento que se registrou ao longo de toda a década depois da primeira guerra começou exactamente com a grande produção de motos militares para a mesma. Estava à procura de uma foto de um armazém de motos no final da guerra e não o descubri, mas descubri esta, de um armazém de motos militares do final da segunda guerra. Não é a mesma coisa mas não deixa de ser muito interessante. É que, apesar das motos aqui já não terem tido o mesmo papel fulcral que tinham tido em 1918-9, elas foram também extremamente importantes, primeiro para a indústria durante a guerra e depois quando ela aacabou e dezenas de milhares de AJS 16, BSA M20, Matchless G3, Nortons M18, e outras vieram parar ao mercado civil. Quantos de nós não gostaríamos de ser mágicos e poder estar ali naquele depósito, naquela altura, e trazer para casa uma destas máquinas, quem sabe pelo equivalente hoje a 100 ou 200 euros?!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Quem diria!


No meio motociclístico, o minhoto Eduardo Sousa, aqui no extremo direito da foto, é conhecido sobretudo pela Indian Scout de 1928 com que anda no dia-a-dia e também pelos seus restauros de motos clássicas norte-americanas e inglesas dos anos 20 e 30, como Indians, Harleys, Excelsiors e outras. O que pouca gente saberá é que ele também tem um fraquinho por japonesas clássicas ou não fosse a primeira moto que teve, ter sido uma Honda C110 que lhe foi oferecida pelo paí. E apesar ds Indians e outras que tais continuarem a ser a sua preferência número um, ele, assim como o filho e o sobrinho - os quais se podem ver também aqui, estão a pensar ir, cada um, numa japonesa clássica ao Encontro das Japonesas, um big encontro de clássicas nipónicas que vai ter lugar em Braga, dia 16 de Junho, duas semanas depois do Todos a Fátima, e onde são esperadas 300 a 400 "senhoras" daquelas bandas.

domingo, 20 de novembro de 2011

Um achado com nome de santa

Fabricadas em Viana do Castelo no final dos anos 40 e começo dos anos 50, as bicicletas Santa Luzia são raras, muito raras mesmo. A maioria das muito poucas que chegaram até aos dias de hoje são apenas bicicletas mas também as houve com motores auxiliares, tipo Cucciolo. Destas com motor auxiliar conheciam-se apenas três ou quatro em todo o país mas agora há mais uma. Tudo graças a Armindo do Louro, o representante da Yamaha em Famalicão, o qual "descobriu" no centro de Viana do Castelo uma equipada com um motor Lutz auxiliar em estado original e muito completa. "Já andava de olho nela há uns tempos", diz ele, "Mas por um motivo ou por outro não a conseguia concretizar a compra. Agora, no entanto, foi". Se tudo correr bem, a Santa Luzia deverá estar pronta na próxima primavera, a tempo de se mostrar em passeios regionais como Cavalões, Moto Escorpiões, e Matosinhos, assim como no Todos a Fátima!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Doulgas futurista


O artigo de capa da próxima SóClássicas - que modéstia à parte está do carimbó - é dedicado às gloriosas motos inglesas dos anos 20. Tudo começou quando aqui há uns meses atrás nos encantámos com a AJS da capa, quando a vimos no Algarve. A partir daí começámos a pesquisar o tema mas depois percebemos que por trás da AJS estava um fenómeno não menos interessante e que era o mercado de máquinas de duas rodas que se desenvolveu enormemente a partir do fim da primeira guerra mundial. O tema daria para se escrever um livro mas à falta de oportunidade, e espaço na revista, para isso, temos um texto bué de interessante sobre estas máquinas em geral e sobre como tudo começou, com a malfadada guerra. E isto, sobretudo, porque o exército inglês decidiu que as motos eram um excelente e revolucionário meio de apoio ás tropas no terreno. Graças a isso, entre 1914 e 18, os fabricantes ingleses receberam encomendas para o fabrico de 400.000 motos, uma enormidade ainda aos dias de hoje, passados quase 100 anos. E se a maior parte delas eram motos convencionais de duas rodas, houve muita coisa de três rodas também. Triciclos-ambulância, triciclos blindados com metralhadoras montadas, triciclos para o transporte de cavalos, etc. Este Doulgas da foto, porém, merece destaque. E isto porque terá sido dos triciclos mais "high tech" desse tempo da guerra. É que para além do triciclos, e das motos em geral, já serem uma novidade para a época, os rádios de transmissões também o eram. Felizmente que o mundo das transmissões evoluíu e as centais telefónicas móveis foram-se tornando mais pequenas. Ja´se imaginou o que seria ir para o campo de batalha com uma coisa destas para fazer rádio-transmissões?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Já tá a mexer!

Cerca de um ano depois de termos começado a trabalhar no primeiro Todos a Fátima, já estamos a bulir para o próximo. Graças à experiência da primeira edição, muita coisa que se fez no ano passado vai ser parecida ou igual mas muita vai ser diferente, e para melhor. O objectivo para esta segunda edição do mega-encontro é conseguir reunir não o mesmo número de máquinas que o ano passado, o que já não seria mau, mas mais, um bocado mais. Em termos concretos, queremos chegar às 3000 máquinas e pensamos que apesar de não ser fácil, temos boas chances de o conseguir. Para começar, contamos já com quase 20 clubes e associações, de norte a sul do país, aderentes ao evento. Nesta altura no ano passado, tínhamos cinco. Até 02 de Junho ainda vamos ter que fazer muita coisa para que tudo corra pelo melhor mas, como diz o provérbio, "Quem corre por gosto não cansa".

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Famel da Veterama


Quem vai à Alemanha à Veterama, a maior feira europeia (e possivelmente do mundo, também)de carros e motos antigas, vai à espera de encontrar sobretudo (muitas) máquinas alemãs , norte-americanas, e francesas. Inglesas, italianas, espanholas e da Europa de Leste também se vêem umas quantas, dezenas talvez, mas o que ninguém esperaria ver seriam motos, ou melhor falando, motorizadas, portuguesas. Pelo menos, que haja memória, nunca se tinha visto nenhuma desde que o evento começou a ter lugar em 1975, todos os anos em Outubro, na cidade de Mannheim. Este ano, porém, algum conterrâneo da gente resolveu levar uma, e que uma. Foi uma Famel Zundapp Xf17 de 1981, a qual, orgulhosamente, ombreava com Zundapps (das grandes!), Bmws, Harleys, Indians e outras preciosidades estrangeiras. Á venda por 1800 euros, a moto tinha uma placa de Penalva do Castelo e a pensar, e bem, que muitos dos visitantes da feira não fariam ideia do que era aquilo, o vendedor, possivelmente um emigrante português que também gosta destas coisas, tinha junto à moto uma explicação sobre as origens daquela "Zundapp" tão pouco usual por aquelas paragens. A dúvida que fica no ar é se este nosso amigo da Xf terá conseguido vender a moto ou não. É que das duas vezes que passámos no seu "stand", o homem não estava lá. Vamos torcer para que tenha conseguido.