sábado, 27 de fevereiro de 2010

O outro ovo de Colombo da BM


A vida de todos os construtores de motos, tanto os que ainda cá estão como os que já se foram, inclui altos e baixos. Inclui invenções e decisões de investimento que vingaram porque eram o produto certo na hora certa e outras que não vingaram, ou não vingaram tão bem. No caso da BMW, o seu momento mais alto foi sem dúvida a concepção, há quase 90 anos arás, do motor boxer de dois cilindros deitados longitudinalmente, o qual, com ligas de metal cada vez mais leves no seu fabrico, e electrónica por tudo quanto é lado, ainda hoje se fabrica. Mas ele não é único. Um outro grande marco da marca foi o desenvolvimento da R25 de 250cc pouco tempo depois do fim das hostilidades da segunda guerra mundial e quando a Alemanha estava proíbida pelas potências vencedoras, de produzir moto de cilindrada maior que um quarto de litro. Tanto por isso como também porque ainda há umas quantas R25 em Portugal, a Dmc resolveu fazer dela a capa da Dmc 21 (não esta que está para sair, e que é sobre a EFS Formula I, mas a da próxima edição da revista). Se sabe dalguma, se sabe de alguma história de alguma, ou se sabe da foto de alguma dos tempos do antigamente, contamos consigo!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Acabadinho de entrar no forno


Ainda está na gráfica, mas se tudo correr bem, quarta-feira temos a Dmc 20 a ir para os correios para os assinantes, e uns dias depois há-de estar nas bancas também. Tendo Fevereiro menos três dias que Janeiro, houve que trabalhar um pouco mais que o costume mas como diz o ditado, quem corre por gosto não cansa. A revista está aí e com umas quantas coisas interessantes para quem gosta de clássicas. A começar pelo artigo da capa, sobre a EFS Formula I (e para cuja preparação contámos com a ajuda de diversos apaixonados da marca, incluindo Artur Sucena, um antigo director da EFS, Casimiro e Pedro Fagundes de Ermesinde, e Paulo e Miguel Fonseca de Gulpilhares), a continuar pelos artigos exaustivos sobre a mega-exposição do Indian Clube em Famalicão e a Feira de Aveiro de Dezembro, e dois trabalhos de restauro - um duma Vespa 50S da Costa da Caparica e outro de uma Norton ES2 de Alcobaça. Para scooter do mês escolhemos uma italiana extremamente original mas quase desconhecida em Portugal, a Rumi Formichino, a motorizada nacional do mês é a Famel Zundapp Xf25 (muito difícil de pesquisar mas com bons dados graças a Ricardo Castanheira, do Famelblog), a estrangeira é a Legnano Sachs 118 (também preparado com ajudas, neste caso de Nixon Correia de Almansil e Carlos Martins da Old Moped), e a moto do mês, é a icónica Ariel Square Four. Damos ainda a conhecer os ambiciosos projectos da Motor Clássico e do Primeiro Encontro de Clássicas de Aveiro que pretendem ser, tanto um como o outro, dos maiores do género na Europa, e mais, muito mais. Esperamos que goste!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Numa boa


Fotos de destacamentos militares de motos e sidecars do tempo da segunda guerra mundial ainda há umas quantas, mas dos anos que a antecederam, como é o caso desta, não há assim muitas. A mesma mostra um regimento motorizado alemão em 1934, ainda sem quaisquer sinais de suásticas ou outros símbolos do homem do bigode, e numa posse tão descontraída que mais parece um grupo de amigos civis que acabou de chegar de um passeio pelos campos. Mas há mais: as motos são BMW R11 com motor boxer de 750cc, as últimas que a BMW fabricou com suspensão dianteira de paralelogramas. No ano seguinte este modelo seria substituído pela R12, a primeira moto do mundo com forqueta telescópica, da qual a BMW, algum tempo depois, viria a desenvolver um modelo especial só para o exército.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Este sábado vamos sonhar


Pelo menos até sábado, todos podemos pensar em sermos donos de uma das maiores colecções de motos clássicas europeias, ou parte dela. É que a mesma, propriedade de um grande coleccionador espanhol e para já conhecida apenas sob o nome código de "Pamplona collection" vai a leilão no sábado em Inglaterra, no museu da RAF, nos arredores de Londres. A casa leiloeira é a Bonham's, a mesma que organiza o leilão anual que tem lugar no final da feira de motos clássicas de Stafford e inclui máquinas raríssimas como esta Bohmerland 603 fabricada em 1935 na antiga Checoslováquia. Um dos únicos 30 exemplares que se conhecem deste modelo a nível mundial, tem um motor monocílindrico de 603cc a quatro tempos da Liebisch e para além das suas linhas e da sua distância entre eixos fora do comum destaca-se pelo seu original, para a época, quadro tubular, e ainda por ser a primeira moto do mundo com jantes de alumíno. Está avaliada em 50.000e mas está longe de ser a moto mais cára que vai a leilão. Esse título pertence a uma Brough Superior SS100 de 1931 que está avaliada em 140 a 170.000e. Trocados, não é?

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O último protótipo?



Num trabalho de pesquisa sobre as últimas máquinas da Famel feito ontem no distrito de Aveiro com Luís Pires da LEA e o Ricardo do famelblog e - com muito frio diga-se - demos de caras com este protótipo de um triciclo todo moderno, em esferovite que, a julgar pela época em que foi feito - em 2000 ou muito próximo disso - talvez tenha sido o último protótipo ligado a motos feito por uma marca de motos "do antigamente". Dado não ter qualquer documentação a acompanhá-lo, é difícil dizer do que se trataria mas é muito possível que fosse algo para concorrer com os bens sucedidos APE de 50, 125 e 200cc da Piaggio. Talvez um dia venhamos a saber mais dele mas para já fica como um marco de que na Famel, assim como noutras marcas de motorizadas nacionais do mesmo distrito de Aveiro, acreditou-se até ao fim.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Made in Argentina


Pouca gente hoje em dia se lembra, mas a Argentina já foi o sétimo país mais rico do mundo. Foi a seguir à segunda guerra mundial quando o pais enriqueceu imensamente com o seu trigo, a sua carne e outras riquezas agro-pecuárias. Peron e a sua primeira mulher, a famosa Evita, acabaram por deixar que toda esta riqueza fosse por água abaixo, mas no que nos interessa, as motos clássicas, estes anos de grande riqueza foram extremamente interessantes pois impulsionaram a criação de uma série de marcas de motos locais. A maior parte eram marcas criadas a partir de marcas europeias como a Alpino, a Garelli, Gilera, Lambretta e outras mas no meio disso tudo o país pode orgulhar-se de ter uma marca totalmente argentina, a Tehuelche. Foi criada por dois imigrandes italianos entusiasmados por motos, Juan Rafaldi e Roberto Fattorini, que se mudaram de Itália para a Argentina no final dos anos 40 e que foram para lá com o objectivo especifíco de criarem uma fábrica de motos. Desenvolveram um motor a quatro tempos de 50cc, todo em alumínio, algo muito pouco usado na altura em motos de estrada, o qual depois sofreu modificações e passou a 75cc. Começaram por o montar em chassis importados mas, gradualmente, passaram a fabricar todas as peças da moto. Correram em provas locais, a moto mostrou ser boa e vingou. Ainda se fabricaram 5000 dos quatro modelos produzidos mas ao fim de sete anos de fabrico, a hiperinflação da época, greves e outros problemas acabaram por levar a fábrica a fechar. Ao que parece, hoje só existirão umas 100 Tehuelches, e uma em bom estado pode valer quase 10.000 euros.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Este recomenda-se


Sempre que descubro um site ou blog ligado a clássicas que me parece interessante, faço um link dele aqui no M&M Clássicas para que todos possamos apreciá-lo. Um dos vários sites que pus aqui, já há algum tempo atrás, foi o de dois dinamarqueses desaparafusados - só pode - que resolveram dar a volta ao mundo em duas Nimbus com sidecar dos anos 30. Dar uma volta ao mundo numa clássica, é daquelas que, sim senhor, eu também gostava. Volta não volta ia ao site, e nada. Não havia novidades nenhumas da volta ao mundo. Já tinha eu pensado que os dois nossos amigos malucos tinham desistido da ideia quando hoje, por mero acaso, dei comigo com dois links ligados à dita volta, um para o site e outro para um blog. Todo contente, faço o link para o site mas nada. O site continuava "morto" como o tenho conhecido desde sempre. Meio desanimado, faço o link para o blog e, eureka. Os nossos amigos estão lá, e vivinhos da silva. Por algum motivo, resolveram deixar o site a pensar na morte da bezerra e resolveram ir actualizando o mundo das suas façanhas, pelo blog. E que pintarola que tem. Pelo que percebi, estão neste momento na costa leste dos Estados Unidos, apanharam os nevões que têm caído por lá, e um deles ia morrendo de frio há poucos dias atrás, com temperaturas de -20 graus. Mas está vivo, e já quer voltar para a estrada. Diz que quando não está com a Nimbus não se sente bem. Esquisito não é?
Ps O link está aqui à direita. É o último de "A minha lista de blogues".

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Muito telefone, pouco computer


Ontem já muito fora de horas - eram quase 22h - telefonema para a redacção da revista. Era o amigo Eduardo do Carregado a querer saber algumas informações sobre passeios de bicicletas antigas. Quase 20 minutos ao telefone. Hoje, antes das nove, novo telefonema. De São Brás de Alportel. Um senhor Santana que queria informações sobre um artigo que tinha saído no úlitmo número da revista. E a partir daí foi um atrás do outro. Quase até agora, já boas horas para se ir para casa. De todo o lado do país, de Lisboa, margem sul, do Porto, Minho, Penafiel, Rebordosa, Viseu, Almodôvar, Almoçageme, Funchal, Silves, e sabe-se lá mais de onde. Em quase dois anos de revista, não me lembro de uma outra edição da Dmc que tivesse levado tanta gente a contactar-nos, pelos mais variados assuntos. Que haja muitas assim, é o que se deseja!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

As duas mais interessantes do parque


Pouco passava das duas da tarde, no sábado passado. O parque de estacionamento do Expo Salão, na Batalha, estava apinhado de motos vindas de todos os cantos de Portugal para o primeiro dia da Expo Moto, a única feira de motos modernas em Portugal Não as contei mas seriam certamente milhares. Hondas, Yamahas, Suzukis, Kawasakis, BMWs, KTMs, Harleys, era só escolher. Mas no meio daquilo tudo, que fomos descobrir? Escondidas lá no meio, duas motorizadas dos anos 70, uma EFS GTY e uma Kreidler, as duas vindas da Benedta, ainda a uns 40kms da Batalha, conduzidas por dois jovens condutores locais, amantes de clássicas. Talvez nem toda a gente concorde comigo, mas confesso que para mim eram as duas motos mais interessantes do parque de estacionamento da feira. A quilómetros de distância das outras!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Os mistérios de um(a) Fórmula I


Como artigo de capa do próximo número, as baterias da Dmc estão apontadas para uma das motorizadas mais bonitas de sempre em Portugal, a EFS Formula I mas, no que talvez revele um pouco da nossa tendência natural para "missões impossíveis", enquanto sobre os vários modelos da Casal há muitas informações disponíveis, e sobre os da Famel e da SIS Sachs não há tanta mais ainda há, sobre a EFS - que é bem mais antiga que a Casal e a SIS Sachs e quase tanto como a Famel - é quase como procurar agulha em palheiro. Mas como pelas bandas de cá somos teimosos, e bem teimosos, vamos ver o que se consegue. Se desse lado, alguém souber alguma coisa da máquina, dos seus antecedentes e dos seus consequentes, somos todos de ouvidos, e, neste caso, de olhos também.