sábado, 31 de dezembro de 2011

O ganda presente de fim de ano

Não é todos os dias que se "descobre" uma clássica no meio de silvas e mato mas no final do ano passado, foi descoberta uma "senhora" nos arredores de Monção, só que não era uma senhora qualquer. Era uma Vilar Pachancho, um dos ciclomotores nacionais mais raros que existem. O achado terá sido possível por um familiar do antigo dono ter ideia que há muitos anos atrás o primo se tinha desfeito duma "bicicleta com motor" numa zona erma dum baldio. Primeiro pensou-se que seria só história mas há semanas atrás, alguns conterrâneos resolveram passar a zona a pente fino e lá a descobriram, por milagre ou quase em muito bom estado. E como uma coisa destas não é para ficar por aqui, a máquina já começou a ser restaurada e se tudo correr bem, talvez ainda esteja pronta a tempo de ir ao Todos a Fátima, no grupo dos Cruzadores de Monção que no ano passado já deu nas vistas com as suas duas Cruzadores, e outras velhinhas bem velhinhas!

sábado, 24 de dezembro de 2011

A Puch 50 com sidecar que faz sensação

Embora pouco conhecida em Portugal, a Puch DS50 do começo dos anos 60 ainda teve uma boa saída em mercados como a Alemanha, Austria, Holanda, Reino Unido e Suíça onde a marca austríaca tinha mais presença na época. Nenhuma das cerca de 10.000 que foram produzidas, porém, será hoje em dia tão conhecida como esta holandesa com sidecar. A moto terá sido comprada nova na cidade de Breda, no sul do país, pelo pai do actual dono que a utilizava para ir para o trabalho e para levar o filho à escola, o sidecar tendo sido feito - a imitar os sidecars de topo de gama da Steib - e instalado para este fim. Ainda no final da década de 60, a família comprou um carro e a Puch foi encostada num fundo da garagem lá em casa mas há poucos anos atrás, o filho decidiu restaurá-la a rigor e o resultado é que a bonita DS50 se transformou numa das principais atrações dos encontros de clássicas do país.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A vitória do Zacarias, só com uma mão



Nos últimos 30 anos, a Espanha tem sido dos países com mais campeões do mundo de motociclismo. Grandes pilotos como Angel Nieto, Jorge Martinez, Alex Crivillé, Dani Pedrosa e mais recentemente Jorge Lorenzo fazem com que o país vizinho, a par de Itália, Reino Unido e Estados Unidos, seja hoje em dia um dos quatro países do mundo com mais "champs". Muito antes deles, porém, a terra de Cervantes já tinha grandes ases nestas artes e Zacarias Mateos, que correu nos anos 20, terá sido um deles. Natural de Zamora, era especialista em provas de longa duração, foi campeão espanhol em várias classes ao longo da década e ainda conseguiu, em 1923, bater o recorde do mundo do quilómetro lançado com uma Doulgas de 500cc. A proeza pela qual ficou mais conhecido, porém, terá sido a vitória que conseguiu no Grande Prémio de Tarragona em 1922, com um braço só. Disputado num circuito de 30,3 kms de extensão que passava pelo centro de Tarragona e outras localidades vizinhas, a prova tinha um total de sete voltas, ou 210 quilómetros, e contava com 32 participantes. Ao fim da terceira volta, Zacarias, que seguia em primeiro lugar, caiu com a sua Harley V Twin de 1000cc e desfez todo o lado esquerdo do guiador. A manete da embraiagem também ficou desfeita mas o cabo ficou preso à mesa da direção. Perante um cenário destes, o mais natural seria desistir, mas Zacarias, após olhar por uns segundos para a moto, montou-se nela e decidiu continuar.


Ainda lhe faltavam 120 quilómetros e dado o sistema de mudanças de mão da Harley, cada vez que tivesse que mudar de mudanças tinha que tirar a mão "boa" do guiador para acionar o selector, e segurar a moto com a esquerda no lado direito. Só o chegar ao fim da prova nestas condições já seria um feito mas Zacarias foi mais longe pois, mesmo assim, conseguiu ganhar a prova. Com 15 minutos de avanço em relação ao segundo classificado. Pena naquela altura não haver ainda televisão e transmissão das provas de motociclismo em directos. Hoje deliciaríamonos a ver e rever provas como esta.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A mais cara de sempre

Se é dos 99% dos entusiastas de motos antigas que pensa que as "senhoras" mais caras que o dinheiro pode comprar são as Brough e as Vincent, desengane-se. A mais cara de todas é esta Cyclone norte-americana de 1917 com um motor bicilíndrico de 998cc em "V" a quatro tempos, com válvulas à cabeça, o que faz dela uma das primeiras motos no mundo com este tipo de válvulas. Produzida numa mini-série de doze exemplares, a moto foi concebida de raiz para bater recordes do mundo, sendo feita com os materiais mais leves que havia na altura o que fazia com que o seu preço fossem uns impressionantes 350 dólares, uma pequena fortuna para a época. Com 35cv de potência (e sem travões!), a moto tornou-se famosa ao ganhar uma competição no mesmo ano de 1917 num circuito oval com uma milha (1,6kms) de comprimento cujo dono ofereceu um prémio de 1000 dólares para o veículo, terrestre ou aéreo, que fizesse o percurso da pista em menos tempo. Concorreram vários carros de renome da época, um avião e duas motos, esta Cyclone e uma Excelsior, sendo que o vencedor foi a Cyclone. A moto foi vendida em 2008, num leilão em Nova Iorque, por 552.000 dólares (perto de 425.000 euros). A Brough e a Vincent mais caras até hoje foram vendidas, também em leilão, pelo equivalente a 250.000 euros. Nada mau, mas a "velhinha" da Cyclone ainda está muito à frente.

domingo, 18 de dezembro de 2011

As G50 do George

Que a Norton Manx foi uma grande máquina desportiva do final dos anos 50 e começo dos anos 60, isso a gente sabia. Agora que ela teve uma grande rival em Inglaterra, isso é que, pelo menos para mim, era chinês. Mas teve. Foi a Matchless G50 a qual não era tão rápida mas era igualmente muito bonita, e ainda tinha a vantagem de ser mais leve e curvar, ao que parece, bastante melhor que a Manx. Até aí maravilhoso. O que, no entanto, é ainda mais surpreendente, é que ao contrário da Norton Manx que deixou de se produzir ainda na década de 60, a G50 continua a ser produzida até aos dias de hoje. Já não pela Matchless que, infelizmente foi à vida, mas por um mecânico inglês, George Beale, que as faz com algumas modernices como quadro em liga leve, forqueta da Ceriani e caixa de seis velocidades em magnésio e que, graças a um excelente trabalho de marketing na promoção da moto dos dois lados do Atlântico junto de corredores de clássicas, tem uma lista de espera de dois anos para a dita. Crise, qual crise?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Os gajos querem-no de volta

Os holandeses são boa gente, é sabido. Conseguem conciliar trabalho com lazer de uma forma quase científica e esse "mix" nota-se um pouco em tudo, até nas motos antigas. Têm uma verdadeira paixão por elas e, a par do Reino Unido, Alemanha e Itália, são um dos quatro países europeus onde o hobby das "senhoras" tem mais seguidores. Vai daí que parece não lhes ter caído muito bem no goto o terem perdido para Portugal o recorde do mundo do maior encontro de motorizadas antigas, recorde esse que tinham desde 2009 com 1237 motorizadas. Como gente, muito, civilizada que são, aceitaram a perda, e até deram os parabéns a Portugal, mas não ficaram quietos. Segundo a revista "Bromfiets", a principal revista holandesa de motos antigas, vai realizar-se no final da primavera no sul da Holanda um encontro que vai reunir participantes holandeses e belgas para tentar trazer o recorde de volta para o país. O objectivo seria juntar 2500 motorizadas antigas, mais 190 que o conseguido em Junho em Fátima, embora os organizadores considerem que o objecitvo não é fácil e daí o terem pedido ajuda aos vizinhos belgas. Quanto a nós, portugas, como também somos boa gente, só podemos desejar-lhes boa sorte. E das duas uma: se não conseguirem chega ao recorde português, é uma pena, mas se chegarem, que consigamos nós em Junho batê-los outra vez. Seria um Portugal 2, Holanda 0!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A Faka

Fabricada na Alemanha entre 1953 e 57, a Faka é uma das scooters mais raras, e caras do mundo. A moto baseava-se numa outra scooter alemã, a Walba, fabricada entre 1947 e 1951 cujo fabricante fechou as portas nesse ano. O desenho da moto com o seu "look" de turbina de avião já era muito similar ao da Faka e a motorização utilizada, o motor Jlo a dois tempos de 150 e 200cc, também. Infelizmente a moto era muito cara e como se isso não bastasse, as revistas de motos alemãs da época apontavam-lhe várias falhas o que levou a que ela nunca conseguisse atingir um nível de produção minimamente rentável. Não se sabe ao certo quantas Fakas terão chegado aos dias de hoje mas é possível que não cheguem a 50, a maior parte delas na Alemanha e Estados Unidos. É sabido que os motores Jlo de 150 e 200cc nunca foram um espectáculo mas mesmo assim é uma pena uma máquina tão bonita ser tão rara. E mais pena ainda é cá em Portugal não haver nenhuma. Mas, quem sabe um dia "aterra" aí uma. A esperança é a última que morre, não é?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

E o William descobriu a Super Sport

William, o homem da direita sentado na Zundapp Super Sport, não é, ou pelo menos não era, um apaixonado de motos sejam elas modernas ou clássicas. É um futebolista brasileiro que teve em 2010/11 a sua primeira temporada na Europa, em Itália, e que agora, há poucas semanas atrás, foi passar férias ao seu Brasil. O seu pai, porém, é português, da Póvoa do Varzim, e antes de partir para o outro lado do mar, William decidiu vir a Portugal visitar a família à Póvoa, ou melhor falando à aldeia de Navais, perto da Póvoa. Acontece que o seu primo Bruno é "maluquinho" por clássicas e não descansou enquanto não o põs a andar de moto. E como o Bruno é boa gente, disponibilizou-se mesmo para que o primo William sentisse, de carne e osso, a maravilha que é uma Super Sport. Até aí tudo bem. O que já não estava previsto é que o William se "apaixonasse" pela máquina. Acontece que se apaixonou e embora não a tenha levado no avião consigo, parece que não descansou enquanto não juntou tudo o que é informação sobre a moto, para levar consigo algumas recordações desta sua paixão luso-alemã. E como em Navais ainda há umas quantas Zundapps - entre 30 e 40, ao que dizem os locais que gostam de motos - vai-se a ver e um dia destes ainda aparece aí um pedido do William para a família de cá lhe comprar uma Super Sport e a mandar para Itália. Que dava nas vistas, dava.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Naquele tempo

Parece uma falácia mas no mundo do motociclismo de competição cada década tem tido o seu, ou os seus heróis. O dos anos 50 foi o inglês Geoff Duke com quatro títulos de campeão do mundo na classe raínha da altura, as 500. Depois nos anos sessenta foi primeiro Mike Hailwood (também com quatro títulos)e depois Giacomo Agostini (com oito, os últimos já na década de 70). Nas duas décadas seguintes, um grupo de cinco norte-americanos (primeiro Kenny Roberts e depois Freddie Spencer, Eddy Lawson, Kevin Schwantz e Wayne Rainey) conseguiu entre si 13 títulos. E mais recentemente tivemos o não menos grande Valentino Rossi, com os seus sete títulos. Antes de todos eles, porém, houve um outro grande senhor com muitas vitórias em pista. Foi o irlandês Stanley Woods cujo palmarés na década de 20 abarca 29 vitórias em grandes prémios e 10 no TT da Ilha de Mann, a principal competição de pista de motos na altura. Nunca, nem antes nem depois, nenhum piloto conseguiu nem igualar nem acercar-se perto deste fantástico palmarés. Embora a sua grande paixão fossem as provas de pista, Stanley também gostava de participar em scrambles (as provas que antecederam o motocross e que na altura já eram famosas sobretudo no Reino Unido), e provas de trial. O que não se sabia, e que esta foto recentemente vinda a público veio documentar, é que o "senhor" como era conhecido, entrava nestas provas vestido a rigor, de gravata e tudo. Normalmente, tanto nestas provas como nas provas de pista, os pilotos equipavam-se já com combinações de couro, nas pistas corridas e nas provas de fora de estrada de duas peças. A foto, inicialmente publicada no blog inglês Nortonvintage, mostra Stanley numa Norton M18 cuja únicas alterações seriam um travão de 8 polegadas de tambor na roda da frente, a panela de escape alterada por causa das passagens de ribeiros, e o reposicionamento do magneto.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Surpresas sem fim

O fantástico mundo das motorizadas portuguesas não pára de nos surpreender. Quando pensávamos que já não havia mais marcas para conhecermos eis que esta deu à costa esta. O seu nome é "Estrela Rolante" e pelo visual é uma montagem Macal do final dos anos 60, começo dos 70. De onde será esta maravilha e qual a sua história? Pena as "senhoras" não falarem, não é?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Preciosidades à espera de comprador

Esta foto, descobri-a meio por acaso, quando estava a pesquisar o tema da capa da última SóClássicas, as motos inglesas dos anos 20. Todos os estudiosos da matéria parecem de acordo em que um dos grandes impulsionadores do forte crescimento que se registrou ao longo de toda a década depois da primeira guerra começou exactamente com a grande produção de motos militares para a mesma. Estava à procura de uma foto de um armazém de motos no final da guerra e não o descubri, mas descubri esta, de um armazém de motos militares do final da segunda guerra. Não é a mesma coisa mas não deixa de ser muito interessante. É que, apesar das motos aqui já não terem tido o mesmo papel fulcral que tinham tido em 1918-9, elas foram também extremamente importantes, primeiro para a indústria durante a guerra e depois quando ela aacabou e dezenas de milhares de AJS 16, BSA M20, Matchless G3, Nortons M18, e outras vieram parar ao mercado civil. Quantos de nós não gostaríamos de ser mágicos e poder estar ali naquele depósito, naquela altura, e trazer para casa uma destas máquinas, quem sabe pelo equivalente hoje a 100 ou 200 euros?!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Quem diria!


No meio motociclístico, o minhoto Eduardo Sousa, aqui no extremo direito da foto, é conhecido sobretudo pela Indian Scout de 1928 com que anda no dia-a-dia e também pelos seus restauros de motos clássicas norte-americanas e inglesas dos anos 20 e 30, como Indians, Harleys, Excelsiors e outras. O que pouca gente saberá é que ele também tem um fraquinho por japonesas clássicas ou não fosse a primeira moto que teve, ter sido uma Honda C110 que lhe foi oferecida pelo paí. E apesar ds Indians e outras que tais continuarem a ser a sua preferência número um, ele, assim como o filho e o sobrinho - os quais se podem ver também aqui, estão a pensar ir, cada um, numa japonesa clássica ao Encontro das Japonesas, um big encontro de clássicas nipónicas que vai ter lugar em Braga, dia 16 de Junho, duas semanas depois do Todos a Fátima, e onde são esperadas 300 a 400 "senhoras" daquelas bandas.

domingo, 20 de novembro de 2011

Um achado com nome de santa

Fabricadas em Viana do Castelo no final dos anos 40 e começo dos anos 50, as bicicletas Santa Luzia são raras, muito raras mesmo. A maioria das muito poucas que chegaram até aos dias de hoje são apenas bicicletas mas também as houve com motores auxiliares, tipo Cucciolo. Destas com motor auxiliar conheciam-se apenas três ou quatro em todo o país mas agora há mais uma. Tudo graças a Armindo do Louro, o representante da Yamaha em Famalicão, o qual "descobriu" no centro de Viana do Castelo uma equipada com um motor Lutz auxiliar em estado original e muito completa. "Já andava de olho nela há uns tempos", diz ele, "Mas por um motivo ou por outro não a conseguia concretizar a compra. Agora, no entanto, foi". Se tudo correr bem, a Santa Luzia deverá estar pronta na próxima primavera, a tempo de se mostrar em passeios regionais como Cavalões, Moto Escorpiões, e Matosinhos, assim como no Todos a Fátima!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Doulgas futurista


O artigo de capa da próxima SóClássicas - que modéstia à parte está do carimbó - é dedicado às gloriosas motos inglesas dos anos 20. Tudo começou quando aqui há uns meses atrás nos encantámos com a AJS da capa, quando a vimos no Algarve. A partir daí começámos a pesquisar o tema mas depois percebemos que por trás da AJS estava um fenómeno não menos interessante e que era o mercado de máquinas de duas rodas que se desenvolveu enormemente a partir do fim da primeira guerra mundial. O tema daria para se escrever um livro mas à falta de oportunidade, e espaço na revista, para isso, temos um texto bué de interessante sobre estas máquinas em geral e sobre como tudo começou, com a malfadada guerra. E isto, sobretudo, porque o exército inglês decidiu que as motos eram um excelente e revolucionário meio de apoio ás tropas no terreno. Graças a isso, entre 1914 e 18, os fabricantes ingleses receberam encomendas para o fabrico de 400.000 motos, uma enormidade ainda aos dias de hoje, passados quase 100 anos. E se a maior parte delas eram motos convencionais de duas rodas, houve muita coisa de três rodas também. Triciclos-ambulância, triciclos blindados com metralhadoras montadas, triciclos para o transporte de cavalos, etc. Este Doulgas da foto, porém, merece destaque. E isto porque terá sido dos triciclos mais "high tech" desse tempo da guerra. É que para além do triciclos, e das motos em geral, já serem uma novidade para a época, os rádios de transmissões também o eram. Felizmente que o mundo das transmissões evoluíu e as centais telefónicas móveis foram-se tornando mais pequenas. Ja´se imaginou o que seria ir para o campo de batalha com uma coisa destas para fazer rádio-transmissões?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Já tá a mexer!

Cerca de um ano depois de termos começado a trabalhar no primeiro Todos a Fátima, já estamos a bulir para o próximo. Graças à experiência da primeira edição, muita coisa que se fez no ano passado vai ser parecida ou igual mas muita vai ser diferente, e para melhor. O objectivo para esta segunda edição do mega-encontro é conseguir reunir não o mesmo número de máquinas que o ano passado, o que já não seria mau, mas mais, um bocado mais. Em termos concretos, queremos chegar às 3000 máquinas e pensamos que apesar de não ser fácil, temos boas chances de o conseguir. Para começar, contamos já com quase 20 clubes e associações, de norte a sul do país, aderentes ao evento. Nesta altura no ano passado, tínhamos cinco. Até 02 de Junho ainda vamos ter que fazer muita coisa para que tudo corra pelo melhor mas, como diz o provérbio, "Quem corre por gosto não cansa".

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Famel da Veterama


Quem vai à Alemanha à Veterama, a maior feira europeia (e possivelmente do mundo, também)de carros e motos antigas, vai à espera de encontrar sobretudo (muitas) máquinas alemãs , norte-americanas, e francesas. Inglesas, italianas, espanholas e da Europa de Leste também se vêem umas quantas, dezenas talvez, mas o que ninguém esperaria ver seriam motos, ou melhor falando, motorizadas, portuguesas. Pelo menos, que haja memória, nunca se tinha visto nenhuma desde que o evento começou a ter lugar em 1975, todos os anos em Outubro, na cidade de Mannheim. Este ano, porém, algum conterrâneo da gente resolveu levar uma, e que uma. Foi uma Famel Zundapp Xf17 de 1981, a qual, orgulhosamente, ombreava com Zundapps (das grandes!), Bmws, Harleys, Indians e outras preciosidades estrangeiras. Á venda por 1800 euros, a moto tinha uma placa de Penalva do Castelo e a pensar, e bem, que muitos dos visitantes da feira não fariam ideia do que era aquilo, o vendedor, possivelmente um emigrante português que também gosta destas coisas, tinha junto à moto uma explicação sobre as origens daquela "Zundapp" tão pouco usual por aquelas paragens. A dúvida que fica no ar é se este nosso amigo da Xf terá conseguido vender a moto ou não. É que das duas vezes que passámos no seu "stand", o homem não estava lá. Vamos torcer para que tenha conseguido.

domingo, 30 de outubro de 2011

Vendida, por 240.000 mocas.

O último leilão de Stafford, realizado no mês passado, teve poucas surpresas. Mas uma delas, e nada pequena, foi o valor alcançado pela Brough SS100 de competição denominada "Moby Dick" - é, em Inglaterra há motos que têm nomes personalizados, como os barcos - que é considerada pelos experts como uma das Brough mais valiosas do mundo. E isto porque em 1929 ela alcançou, num teste de velocidade homologado, a impressionante marca, para a altura, de 106 milhas/hora (160kms/hora) o que fez dela a moto de produção particular mais rápida de toda a década de 20. Levada à praça por 200.000 euros - um valor já relativamente elevado mesmo para uma Brough - a Moby Dick acabou por ser vendida por 240.000, o que faz dela a sexta clássica mais cara de sempre. Segundo Paul D'Orleans, um expert em leilões internacionais de motos antigas, em tempos normais o valor da venda poderia ter sido mais alto, cerca de 300.000 euros, mas para os tempos que vão correndo, não foi nada mau.

sábado, 29 de outubro de 2011

A rolar, até França

Nalguns momentos de maior maluqueira já me passou pela cabeça ir - ou pelo menos tentar ir - até Paris na minha Fórmula I, numa V5 ou noutra "bomba" do género. Pode parecer meio absurdo mas até nem é. É que já houve quem fosse até França, com pendura, no começo década de 70, quando não havia telemóveis nem outras modernices dos dias de hoje. Os autores da proeza foram um casal de Sever do Vouga e a máquina utilizada a Macal da foto. Até que era bonito homenagearmos o feito, não era? Com um artigo na SóClássicas,isso é garantido, mas podíamos ir mais longe. Muito mais longe, até. E sabem como? Simples, repetindo a proeza! Ainda vou pensar no assunto!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Qualquer dia num autódromo perto de si.


Depois das inglesas, das alemãs e, mais recentemente, das japonesas, a mais última moda nos Estados Unidos e no Reino Unido em matéria de clássicas são as motos de competição. Sejam elas de pista, cross, enduro ou outras, as motos deste tipo são as que têm sofrido uma maior interesse este ano e tudo indica que pelo menos em 2012 elas vão continuar a estar no "top" das preferências dos grandes colecionadores. Portugal não é excepção a este movimento e para lá dos restauros de motos nacionais que já foram grandes estrelas nas pistas, temos vindo a assistir a um crescendo de importações, sobretudo de França e Inglaterra de motos de competição, sobretudo japonesas dos anos 70 e 80. Na região de Lisboa e arredores, no entanto, há quem se esteja a interessar por outras coisas, nomeadamente pelas clássicas de speedway. E isto porque estão em curso pelo menos três projectos de restauro de máquinas deste tipo, todas elas utilizando motores JAP monocilíndricos de magnésio. Para já a ideia dos três é restaurar, ou melhor falando criar, as motos mas há também planos para elas serem postas a "correr" - talvez nos autódromos de Braga, Estoril ou Portimão - quando estiverem prontas, o que se prevê acontecer já no ano que vem. Pode parecer um projecto para um novo filme de Spielberg mas daqui a menos de um ano já vamos poder ver para crer!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O "cabelo de urso" foi-se

Não é todos os dias que falamos de motos modernas aqui no blog mas a morte de Marco Simoncelli merece uma pequena homenagem a este jovem italiano tão promissor que para muitos italianos e não só tinha tudo para ser a próxima grande estrela do motociclismo italiano e o seguidor de Renzo Pasolini, Giacomo Agostini, Max Biaggi, Luca Caladora, Valentino Rossi e outros grandes nomes que a Itália tem dado ao que é hoje o MotoGP. Com apenas 24 anos e um estilo inconfundível, um pouco à Rossi, que despertava tanto paixões como não paixões, Marco era, indiscutivelmente um grande piloto e tinha um potencial muito promissor nas pistas. Participava este ano, pela segunda vez, no campeonato e tudo indicava que o ia terminá-lo em quarto ou quinto lugar. A sua trágica morte em Sepang no domingo passado veio acabar com todos os seus sonhos e com um futuro que parecia reservar, tanto a ele como aos seus milões de fãs, ainda tantas vitórias. Ficam os momentos brilhantes que ele nos deu ao longo da sua breve mas brilhante carreira e, para nós portugueses, ficam ainda duas recordações muito particulares. Em 2008, o único ano em que Marco foi campeão do mundo, em 250cc e ao serviço da Gilera, após ter sido obrigado a desistir no primeiro grande prémio do ano, em Espanha, alcançou um segundo lugar no Estoril, a segunda prova do ano e daí para a frente não só acabou todas as provas como só teve primeiros, segundos, terceiros e quartos lugares. No ano seguinte, tudo indicava que ia ser outra vez campeão do mundo e até à prova do Estoril, a 13ª das 16 desse ano, ele ainda tinha hipóteses de ficar em primeiro ou segundo. Ganhou a prova e ainda ganhou a seguinte, na Austrália, mas depois ficou em terceiro na penúltima, na Malásia, e viu-se obrigado a desistir na última, em Valencia, acabando o campeonato em terceiro. Foi-se o homem, mas a sua legenda vai ficar entre nós, e para sempre.

domingo, 23 de outubro de 2011

A nova Brough, a máquina dos 250.000 euros

Quando o inglês Mark Upham, em 2008, comprou os direitos de produção da Broughs Superior, o seu objectivo era claro mas ao mesmo tempo extremamente ambicioso: construir réplicas da famosa Broughs SS100 pelo menos tão boas como as originais SS 100 que, nos anos 20 e 30 fizeram com que a marca fosse conhecida na Europa e nos Estados Unidos como o Rolls Royce das duas rodas. Apesar de respeitar na íntegra todos os pormenores da Broughs original, Mark teve a ideia de, num caso ou outro, utilizar metais mais leves e resistentes, o que por um lado iria permitir à moto atingir um melhor desempenho enquanto por outro iria ser mais resistente e flexível. O preço da moto, que já era previsto ser alto, ainda se tornou mais alto, chegando aos 250.000 euros. Mark, no entanto, não desistiu do projecto, e ainda bem. É que, apesar do seu preço, a moto já tem a sua produção assegurada até ao começo de 2013. Com um preço destes, não será de estranhar que os Estados unidos e o médio oriente sejam os dois principais mercados finais da SS101, como esta "nova" SS100 foi denominada, mas pelo menos 20% ainda vêm para o velho continente. Haja "cacau"!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Quem disse que elas morreram sem lutar?

Os últimos anos da indústria inglesa de motos parecem-se com uma tragédia grega. Os modelos fabricados eram cada vez menos competitivos com o melhor que se fazia na época, as vendas não paravam de cair, e apesar de balões de oxigénio na forma de empréstimos estatais, as fábricas não conseguiam sobreviver e iam fechando umas atrás das outras. Mas se marcas houve que não lutaram nem um pouco para alterar esta situação, outras houve que fizeram de tudo para sobreviver. E entre estas, a Norton Villers, merece um destaque especial. Já na sua fase decadente, em meados dos anos 70, a empresa começou a vender os direitos de fabrico dos seus modelos de maior sucesso comercial como forma de arranjar dinheiro. Alguns foram vendidos a investidores que encararam a compra apenas do ponto de vista financeiro mas a divisão de scramblers, motos de estrada de média cilindrada trasnsformadas em off-roads, teve melhor sorte. Foi comprada por Fluff Brown, um dos técnicos que tinha ajudado a Norton Villers a desenvolver este tipo de motos e durante quase 10 anos, sob o nome AJS, ainda se aguentou face à concorrência cada vez maior tanto de marcas europeias como a CZ e a Husqvarna como das japonesas. Os motores eram AJS monocilíndricos de 250cc desenvolvidos no final dos anos 60 mais tarde susbstítuídos por motores da Rotax austríaca tendo então as motos passado a denominar-se "Stormer") mas Fluff e a sua equipa conseguiam fazer verdadeiros milagres delas e ainda conseguiram que a marca alcançasse bons resultados nos campeonatos inglês e norte-americano de TT. Fluff, porém, sabia que mais cedo ou mais tarde ia ter que desistir e em 1985 decidiu acabar com as AJS as quais já pouco ou nada se vendiam. Como entidade produtiva, a marca AJS morreu, mas graças aos seus muitos triunfos, e a esta luta pela sobrevivência até ao fim, o nome, esse, vai continuar vivo para sempre.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A "jawista" de Santo Tirso

Há motos que, por um motivo ou por outro, identificamos com homens e só com homens. Talvez porque têm um aspecto mais "macho" ou talvez porque só estamos habituados a ver homens montados nelas ou ainda porque são um pouco "brutas" de conduzir. As Jawas são um bom exemplo disso. Pelo menos em Portugal, devem contar-se pelos dedos de uma mão as mulheres que já conduziram uma e, pelo menos até recentemente, poder-se-ia pensar que não havia nem uma que conduzisse uma delas regularmente. Mas há. Chama-se Rute Neves, é de Santo Tirso e conduz uma Perak 559 não todos os dias mas volta não volta. E como se ela gostar de andar de Jawa não fosse já, só por si, interessante, ainda há mais uma particularidade nela que tem que se lhe diga. E que embora a esmagadora maioria das Peraks, cá, na República Checa e em todo o mundo, sejam pretas, a da Rute é vermelha!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Tempo de pechinchas

Stafford, no centro de Inglaterra, foi palco de mais um leilão de clássicas com motos para todos os gostos, e bolsas. E se algumas inglesas mais raras, como é costume neste tipo de leilões, não se venderam baratas o mesmo não se pode dizer doutras, como inglesas mais populares e japonesas. Por 600 euros, por exemplo, podia-se comprar uma BSA Bantam ou uma Honda CB175, enquanto por um pouco mais, por 1000 a 1200 euros, conseguia-se uma Honda ST70 ou a Honda TL125E da foto. Belas compras.

sábado, 15 de outubro de 2011

Esta merece


A fama de "porcos, feios e maus" com que muita gente ainda rotula os motociclistas em geral pode demorar um pouco a desaparecer mas há quem saiba tirar partido disso como a Carslberg, com este genial anúncio cuja versão do YouTube, só ela, já tem quase seis milhões de visitas!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O maior show de clássicas no mundo

Realizado pelo sétimo ano consecutivo, o Barber Vintage Festival conseguiu neste curto prazo de tempo algo invejável para qualquer tipo de evento, seja ele ligado a motos clássicas, antiguidades, música ou o que seja. Tornou-se no maior do género em todo o mundo. Realizado nos Estados Unidos, na cidade de Birmingham no Estado de Alabama, o evento é um misto de exposição, parada, corridas e feira de clássicas e a edição deste ano contou com cerca de 60.000 visitantes. Para quem gosta de clássicas e pôde dar-se ao luxo de viajar até ao evento, terá sido um fim de semana inesquecível. Só para se ter uma ideia, só a nível de exposição estavam presentes mais de 100 motos únicas no mundo, incluindo uma série de italianas e japonesas de competição. A ideia do evento é de um milionário norte-americano, George Barber, que já investiu 70 milhões de dólares (cerca de 50 milhões de euros) na compra e restauro de motos antigas e que tem um dos maiores museus do mundo deste tipo de motos, museu esse que até incluí uma pista para provas e apresentações com 3,7 kms de extensão. A vida é dura, não é?

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A próxima SóClássicas


Como dizem os alentejanos, foi uma "carrada" de trabalho, mas a nova SóClássicas já está mesmo a sair. Está já praticamente pronta na gráfica e se tudo correr bem segunda já é entregue aos assinantes e terça está nas bancas. O artigo da capa é dedicado às chamadas Zundapp de origem mas além das mesmas, as quais contam com um artigo de sete páginas, mas além delas, são abordados muitos outros temas relacionados com as "senhoras", incluindo passeios de norte a sul do país, a última prova do Troféu de Resistência Vespa em Fátima, uma resenha histórica sobre o transmontano Costa Paulo que é um dos pais da Xf, restauros e outras coisas mais. Esperamos que goste.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Algures a sul de Frankfurt

Apesar do mundo das motos ser mesmo muito interessante, de vez em quando temos que reconhecer que no meio dos automóveis também há algumas coisas boas. E uma delas - da qual até hoje só tinha ouvido falar muito vagamente - é o apoio do grupo Volkswagen a um dos melhores museus de motos clássicas da Europa, o qual se situa na cidade de Neckarsulm, no sul da Alemanha. Mas o que tem a ver a Volkswagen com um museu de motos? Aparentemente nada, mas até tem. E isto por causa de uma "triangulação", se assim se pode dizer, em que a VW é um dos três eixos. Com cerca de 20.000 habitantes, Neckarsulm foi, durante mais de 50 anos, um dos principais centros de produção de motos na Alemanha, em boa parte graças a uma fábrica gigante de motos que a NSU tinha na cidade. No final dos anos a NSU foi comprada pela Volkswagen e deixou de fabricar motos mas as raízes ficaram e há alguns anos atrás, quando um grupo de amigos da ex-NSU e a câmara da cidade se empenharam em criar um museu de homenagem de motos em homenagem à marca - o qual depois se tornou muito mais que isso - a Volkswagen, que entretanto tem em Neckarsulm uma das principais fábricas da Audi, terá abraçado o projecto sem grandes hesitações. Graças em boa parte a este apoio, o museu tem conseguido não só comprar muitas motos clássicas interessantes como também algumas motos de competição e de recordes que não estarão ao alcance nem da maior parte dos particulares nem de muitos outros museus. Para quem pudesse pensar que a Alemanha são só fábricas, Bmws (de duas rodas, claro!) e cerveja do melhor que há, aqui está outra atracção a não perder.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A híbrida do Ribatejo

Cruzamentos de V5s com Xf17 e outras coisas mais comuns vêem-se algumas mas um cruzamento de uma Florett com uma Flandria é certamente bastante mais raro, para não dizer muito raro, mais ainda se esse dito cruzamento já tem 30 anos, e ainda anda. Mas existe pelo menos um, sim e é português. É de Coruche e foi "criado" por Aguiar Vicente de Almeida e pelo seu pai, os quais fizeram no final dos anos 70 a moto para correr em provas de cross na região. Na altura o pai de Aguiar era o agente da Kreidler na região e a moto faria parte da sua estratégia para fazer frente às marcas nacionais que então apostavam no cross como forma de se promoverem. Aguiar ainda terá feito três épocas com ela mas depois a dita foi encostada num palheiro e só saiu de lá quando ele a deu ao seu filho Rui para ele ir nela para a escola. A moto foi então transformada em máquina de estrada mas logo que Rui teve idade e dinheiro para comprar um carro, ela foi novamente encostada. A história poderia acabar aqui, mas não. É que há poucos dias atrás - no que poderá ter sido uma homenagem ao pai entretanto falecido - Rui decidiu tirar o pó à moto, e fez-lhe uma revisão para acompanhar os amigos num passeio informal que teve lugar pelo concelho neste fim de semana. E ao que parece gostou. O que quer dizer que, com um pouco de sorte, vamos vê-la por aí nos próximos tempos. Em passeios na região mas talvez também numa viagem ou outra para mais longe, como quem sabe até ao Todos a Fátima do ano que vem. E para já ficamo-nos por aqui mas se tudo correr bem, numa das próximas edições da SóClássicas vamos voltar a ela e contar mais alguns dos segredos destas suas várias "vidas".

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O homem também gostava de clássicas

Apesar de ter sido toda a vida um visionário e um homem ligado à informática e outras tecnologias de ponta, Steve Jobs também gostava de coisas antigas em geral, e de carros e motos clássicas em particular. O fundador e ex-presidente da Apple era um homem muito discreto mas no seu restrito círculo de amigos era sabido que tinha uma adoração por Mercedes antigos. O que quase ninguém sabia é que nos seus primórdios como empreendedor nas informáticas no final dos anos 70, começo dos 80, ele também teve um fraquinho por motos antigas, nomeadamente por uma certa BMW R60/2 que era o seu veicúlo do dia-a-dia. A foto acima mostra-o numa das suas deslocações diárias nessa BMW e foi captada por um fotógrafo da National Geographic que estava a trabalhar num artigo sobre os jovens empreendedores norte-americanos daquela altura. A foto não terá sido utilizada no artigo mas agora, com a morte de Steve Jobs "deu à costa" e está a tornar-se um hit entre os admiradores do homem da maçã.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Desta vez sem um pingo de chuva, e com muito sol

Desde que se começou a realizar há três anos atrás que o passeio de clássicas do Moto Sacho, em Coruche tem sido "abençoado" com chuva ou com a ameaça dela, sendo que na edição do ano passado caiu uma verdadeira tromba de água. Nada porém que demovesse a organização de continuar a apostar no primeiro fim de semana de Outubro para fazer o passeio, aposta essa que este ano se viu coroada de êxíto com mais de 120 participantes - mais 40 que no ano passado - o que fez do passeio um dos maiores que teve lugar este ano no Ribatejo. A maior parte era gente da região mas a atestar que ele está a ganhar raízes, houve gente vinda de Lisboa, Leiria, e Évora para estar presente. Embora já não dê para falar dele na próxima eidção da revista, que está quase a entrar na gráfica, na 38 prometemos mostrar as maravilhas que por lá estiveram.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O primeiro "carro" de muitos franceses

Em 1936, o governo socialista francês da altura decretou que todos os franceses que trabalhavam deveriam ter férias pagas. Até então, quem queria tirar uns dias para descansar, fosse em que mês fosse e fosse qual fosse o motivo, tirava-as mas não recebia qualquer salário, muito menos subsídios de férias. Em termos práticos, esta nova legislação fez com que os os gauleses, ou pelo menos uma grande parte deles, passassem a ser pagos para descansar. Muitos terão gasto o dinheiro em poupanças ou para pagar dívidas mas também não faltou quem o decidisse usar para fazer algo diferente do dia-a-dia, nomeadamente o viajar. A Derny, uma marca de ciclomotores que já existia desde o começo do século e que se tinha especializado em pacers, moto-guias para ciclistas, viu uma oportunidade de negócio nesta nova afluência e criou um ciclomotor com dois lugares e porta-bagagens traseiro para quem, não tendo dinheiro para ter um carro próprio, quisesse na mesma aproveitar as férias para viajar sem estar dependente dos transportes púbicos. Com um motor Zurcher de 98cc a dois tempos, a moto era muito económica mas o seu desempenho também deixava um pouco a desejar. Em recta podia chegar aos 45km/hora mas em subidas com algum pendente, o condutor e o pasaageiro tinham que dar ao pedal, literalmente falando, para a moto não parar. Durante a segunda guerra mundial a sua produção foi interrompida mas a seguir a Derny relançou-a embora nessa altura, as scooters se afirmassem já como uma alternativa francamente melhor o que levou a que a sua produção tivesse acabado em 1949.

domingo, 2 de outubro de 2011

E agora na Atalaia


A par dos passeios e encontros, as provas de motorizadas clássicas estão também em franco desenvolvimento de norte a sul do país. No norte já se realiza desde há alguns anos o Xassos Cup, um troféu idealizado pelo Moto Clube do Porto e cujo ponto alto é a corrida da aldeia de Fontes, no concelho de Santa Marta de Penaguião. Em Trás os Montes temos corridas também de rua, como a da Aparecida e a de Valpaços. Mais a sul, nos concelhos cercanos de Lisboa, há os troféus de cross de clássicas que, como o Xassos Cup, movimentam umas boas dezenas de Casal, Sachs, Macal Famel Zundapps e outras "bombas" transformadas. Em Alcanede há já desde há algum tempo provas regulares de velocidade de motorizadas clássicas no kartódromo local. Mais a sul, na zona de Odemira realiza-se outro, mas de TT, o qual já vai na quinta ou sexta edição e conta também com dezenas de participantes. Uma mão cheia de eventos desportivos ligados às "senhoras" ao qual se vem agora juntar um outro TT, no Alto Alentejo, na aldeia de Atalaia, no concelho de Gavião. Vai ser o primeiro do género na zona, tem lugar no próximo sábado dia 08, e segundo a organização, poderá contar com cerca de 50 participantes, muitos dos quais, como o amigo João Costa que aqui aparece na foto nos preparativos da sua Famel Zundapp de quatro velocidades, não têm qualquer experiência nestas coisas mas prometem muita emoção e espectáculo. "Não faço ideia como vai ser", diz ele, "Mas tou convencido que vai ser tão ou mais emocionante que um TT de Portugal ou um Raid da Ferraria".

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Os quase 300.000 kms do Giorgio


Não há muita gente que se possa orgulhar de ter feito grandes viagens de Vespa muito menos várias viagens intercontinentais que no total chegam quase 300.000 quilómetros como foi o caso do italiano Giorgio Betinelli. Nascido na cidade de Crema, na Lombardia, Giorgio parecia destinado ao teatro mas ainda em novo descobriu que o que gostava mesmo era de viajar e conhecer novas culturas. Primeiro fê-lo de avião mas quando, no começo dos anos 90, na Indonésia, lhe pagaram uma dívida com uma Vespa, descobriu que dali para a frente só iria fazer viagens de Vespa. Acabou por fazer quatro, todas elas transcontinentais ou intercontinentais, a maior de todas sendo a última que envolveu a subida de todo o continente americano desde a Terra do Fogo até ao Alaska, a travessia - de barco - do Alasca para o norte da Rússia pelo estreito de Bering - e a descida do continente asiático e dp do australiano, até á Tasmânia. Depois de tanta viagem, fixou-se na foz do rio Mekong e morreu à três anos. Dado que só há dados dele em italiano poderíamos nunca saber da sua existência mas graças a um luso-angolano curioso nestas matérias vespistas, o Joaquim Correia, que teve a sorte de o conhecer pessoalmente em Luanda, numa das suas andanças e que dá conta do mesmo no seu blog, o orientacoes8.blogspot.com

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O prémio do Luís Filipe


Quando o minhoto António Luís, um amante de motos grandes, decidiu que também tinha que ter uma motorizada do antiga restaurada, estava longe de imaginar que ela fosse revelar-se uma preciosa ajuda lá em casa para o seu filho Luís Filipe ter bons resultados na escola. António acabou por comprar uma Macal M70 Turismo e depois que terminou o seu restauro é raro o dia em que não anda nela, seja para ir para o trabalho, para ir ao café ou outras coisas. E essas outras coisas incluem o ir buscar o filho à escola, o qual parece adorar andar à pendura do pai, cada qual com o seu "penico", tudo como antigamente. Só que este previlégio está pendente de bons resultados na escola. Ou seja, se há bons resultados, o Luís Filpe pode andar na Macal com o pai. Se não há bons resultados, não há Macal!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A Bmw mais cara de sempre?


As Bmws, é sabido, não são propriamente baratas. E as clássicas, sobretudo as boas, as mais raras, podem chegar aos 20.000 euros, 30.000 ou mais. 100.000 euros, no entanto, é o valor esperado pela Bmw R50 com sidecar de competição com que Georg Auerbacher se sagrou campeão do mundo de sidecars em 1968. A moto faz parte de um conjunto de dezenas de carros e motos Bmw que vão ser levados a leilão em Munique no próximo fim de semana. Caso a venda se concretize, em leilões há sempre a hipótese de não haver solicitadores para o valor mínimo do bem levado à praça e que neste caso é 90.000 euros, esta deverá passar a ser a Bmw clássica mais cara do mundo. Para quem quiser fazer contas, 100.000 euros dá para cinco Bmw GS1200 ou cinco RT1200, uma para cada dia da semana. Só que enquanto para comprarmos uma GS1200 ou uma RT1200 basta chegarmos ao stand, a R50 com sidecar com que Georg se sagrou campeão do mundo só há uma, esta e mais nenhuma!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Uma K161 personalizada?


Um dos modelos da Casal mais raros é a K161 de pedais, com motor Casal de duas. Não se sabe ao certo quantas haverá em Portugal mas talvez umas 20, ou pouco mais. A maior parte estão no norte mas pelo menos esta, de que tomámos conhecimento há poucos dias atrás, encontra-se bem mais para baixo. É de Torres Novas e pertence a Jaime Pacharro, um colecionador local que além desta raridade tem outras entre elas uma HMW Sarolea. No caso da Casal, a máquina encontra-se muito bem restaurada, havendo só dois detalhes que deixam alguma curiosidade no ar. Uma é o escape que poderia ser o que a moto tem mas também poderia ser outro, de ponteira fina. Quanto ao outro, um pouco mais chamativo, é a decoração do depósito e o nome "Casal" no mesmo. Seria mesmo assim?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Felizmente que cá há reboques

Bart Van Linden, o luso-holandês que decidiu vir da Índia para a Europa numa clássica em vez de vir de avião como era suposto ter vindo, assentou arrais no Algarve, em Lagoa, e não cansado de ter feito tantos quilómetros na sua Royal Enfield 350 para chegar ao velho continente, continua a andar nela, ao fim de semana, pelas estradas secundárias da serra do Caldeirão e arreodres. Na sua viagem de volta da Índia, a moto avariou-se dezenas de vezes e Bart, quando não a conseguia arranjar sozinho, por vezes tinha que andar, à boleia, dezenas ou centenas de quilómetros até descobrir uma oficina. Em Portugal, a moto também já se avariou - e a última vez até foi este fim de semana, na N2 já perto de Loulé - mas, segundo Bart, embora cá não seja preciso andar dezenas ou centenas de quilómetros para encontrar oficinas, é muito mais difícil descobrir uma que esteja disposta a abrir o motor da Royal. "Das vezes que ela se tem avariado", diz ele, "Bem que tenho tentado arranjar quem me ajude aí nas serras, mas é impossível. A única forma é chamar um reboque e depois arranjá-la em casa"!

domingo, 25 de setembro de 2011

Deu Pardalkitz na classe um e Motoantiqua na dois

Realizada no sábado passado no Kartódromo de Fátima, a última prova do Troféu de Resistência Vespa 2011 ditou os campeões do Troféu deste ano nas duas classes do mesmo, a um de Vespas transformadas e a dois de Vespas de série. E enquanto na primeira, a vitória foi para uma das duas equipas que domminaram a classe ao longo do ano, a Pardalkitz, na classe dois os favoritos, a equipa Vespinga, viu as suas chances de vitória irem por água abaixo após uma queda da sua máquina quase no começo da prova que obrigou a uma paragem de quase uma hora nas boxes. Com isto, a vitória na prova e no troféu foi para a Motoantiqua de Marinhais que se encontrava em scegundo lugar na classe antes de Fátima e que após uma disputa taco a taco com a PZO de Lisboa não só ganhou a prova nesta sua classe como ainda ficou em segundo da classificação geral.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A V5 Sport com carenage de Portimão


Apesar do fenómeno das motos e motorizadas clássicas ainda não estar tão divulgado no barlavento algarvio como nos concelhos de Loulé, Faro, São Brás de Alportel, ele tem crescido a olhos vistos. De Sagres e Aljezur a Portmão, Lagoa e Silves, há cada vez mais gente a interessar-se por ter a "sua" motorizada e a meter-se nos restauros, e o número de passeios na região não para de aumentar. Entre os homens que mais têm contribuído para isso conta-se o portimonense Paulo Jorge o qual já há uns bons anos, talvez mais de 10, restaurou a sua SIS Sachs V5 Sport e começou a ir a tudo o que era passeios de motos com ela. Muita gente destes concelhos que se iniciou nos restauros de clássicas em geral e de V5s em particular ter-se-á inspirado nele e na sua V5 que foi restaurada ao mais pequeno pormenor e que pouca ou nenhuma diferença fazia das V5 de fábrica. Mas assim como quem comprava motorizadas novas nos anos 70 e 80 mais cedo ou mais tarde resolvia personalizá-las a seu gosto, o bom do Paulo Jorge, ao fim destes anos todos, resolveu também fazer uma pequena transformação, ou melhor falando uma adição, na sua. Tinha lá em casa a carenage duma Motozax e um dia destes descobriu que podia encaixá-la na sua V5 sem ter que fazer qualquer modificação. E mais, descobriu também que o conjunto até nem ficava feio, e não fica. Vai daí, pintou a carenage no vermelho vivo da sua V5, e com a ajuda duma chave de parafusos, o resultado aí está. "Consinuo fiel aos restauros para pôr as motos iguais ao que eram quando foram produzidas", diz ele, "Mas como vi que isto encaixava que nem uma luva na moto, deu-me graça fazer esta brincadeira. Durante uns tempos vou deixá-la assim. Depois logo se vê. O importante é que não estraguei nada na moto e em poucos minutos posso tirar a carenagem e ela volta a ser uma V5 Sport original.

Sábado há campeões

Desde que o Troféu de Resistência Vespa começou a ser disputado que nunca se chegou a um final de campeonato tão emotivo como o deste ano em que pelo menos três equipas - a Pardalkitz, a Laranjo Team e a Team Protótipo têm hipóteses de arrebatar o título na classe 1, das Vespas modificadas. Isto na classe 1 porque na outra classe do Troféu, a 2, de Vespas de série, a equipa da casa, os Vespingas, já tem, praticamente, o campeonato ganho. Disputada no Kartódromo de Fátima a prova começa às 12.00 horas de sábado e acaba às 18.00 e como se ela não fosse já suficiente, ainda está prometida uma festa das boas para a entrega dos prémios. Para quem gosta de clássicas em geral e Vespas em particular, e não tem que atravessar o país para chegar a Fátima, recomenda-se.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A raridade checa de Lisboa


Jawas e CZs ainda há muitas por aí, e felizmente, mas a grande maioria são de 125cc ou 175cc, e em menor grau de 250cc. Jawas 350 há relativamente poucas e Jawas 350 com o exclusivíssimo sidecar checo Velorex então só há três em Portugal. Ou só havia três, porque desde há relativamente pouco tempo atrás, deu à costa outra, de 1968. A máquina terá sido trazida para Portugal por um croata que já trouxe várias Jawas e CZs para Portugal, embora nenhuma delas fosse tão valiosa e interessante como esta 350 com o sidecar Velorex. Ao que parece esteve durante vários meses fechada numa garagem até que um colecionador lisboeta de motos com sidecars soube da sua existência e a comprou. Embora a nível mundial ainda haja umas centenas de Jawas e CZs com atrelagem, com atrelagem Velorex haverá no máximo 300 a 400.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

As esquecidas


Se todos os números da SóClássicas têm um ou dois artigos que os leitores elegem como especiais, um dos que mais deu que falar no penúltimo número da revista foi sem dúvida o artigo da capa, sobre as motorizadas nacionais de cross. Só que, como sempre acontece quando nos metemos a desbravar terreno virgem, ou quase, há sempre qualquer coisa que fica de lado, ou, neste caso, há sempre alguma moto que devia também ter aparecido no artigo e que nos falhou. Há duas semanas já soubemos duma, a Mayal de cross. A bem da verdade, não fazíamos ideia que a marca tinha tido um modelo de offroad, mas teve, e bem bonito por sinal. Com semelhanças com as japonesas de cross da época e hiper rara. Ao que parece só há uma ou duas em Portugal. Mas as "ondas" provocadas pelo artigo das nacionais de cross não se ficaram por aqui. E isto porque há três ou quatro dias atrás nos chegou a informação de uma outra máquina que também devia fazer parte do "clube". É a Macalde cross de compeitção, da qual terão sido feitas ainda uns 20 ou 30 exemplares e que concorria directamente com a Casal K188 de competição. Sempre a aprender!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Descoberta à porta do café


Apesar de ter sido, juntamente com Aveiro, um dos dois principais pólos industriais da indústria de motorizadas nacional, a cidade de Águeda também tem grandes tradições em matéria de Vespas, seja pelo número de utilizadores deste tipo de máquinas de duas rodas no antigamente, seja pelas boas coleções de Vespas em particular e scooters em geral que existem hoje em dia na zona. Vai daí que o passeio anual do Vespa Clube de Águeda, cuja edição deste ano se realizou ontem, é sempre palco de atenções redobradas dos amantes de Vespas pois há sempre boas chances de se descobrir no mesmo alguma scooter clássica "nova" interessante. Este ano não foi excepção mas entre as novidades havia uma que ressaltava aos olhos, se assim se pode dizer. Era uma Vespa 50 SS dos anos 60, imaculadamente restaurada e que fez neste passeio a sua estreita de estrada como mota de coleção. A moto é lindísima, mas a sua história é melhor ainda. É que ela foi descoberta pelo seu actual proprietário, Nuno Oliveira, num café duma aldeia próxima de Águeda, sendo que o anterior dono, um pouco a leste destas coisas de clássicas, usava-a no dia-a-dia e tinha-a como uma Vespa "não tão bonita" como as 50 normais. Escusado será dizer que o Nuno não descansou enquanto não comprou a moto, a mesma tendo sido, muito naturalmente, o "menino bonito" do passeio.

domingo, 18 de setembro de 2011

De autocarro para cima, e de KTM para baixo


Lisboa de nascimento, alentejano do coração e sócio ferveroso do Moto Clube de Almodovar por paixão, César Campos era, até à pouco tempo atrás, daqueles apaixonados por motos que ligava pouco ou nada a clássicas. O mundo das duas rodas para ele era só motos modernas e entre as máquinas que tinha, e ainda tem, contava-se duas boas "bombas", uma BMW RT1100 e uma Honda CBR900. Há uns meses atrás, no entanto, começou a interessar-se por "senhoras" e pouco antes do Todos a Fátima, com a ajuda de amigos mais entendidos nestas coisas, comprou uma, uma Famel 77. A moto no entanto não o agradou totalmente, e passadas poucas semanas do evento César vendeu-a para a trocar por algo mais exclusivo. Esse algo apareceu-lhe mais recentemente na forma de uma KTM Super Export com motor Sachs em estado razoável e por um preço jeitoso de 500 euros. O problema é que a moto estava em São João da Madeira, a quase 300 kms de Loures, onde César mora. Para muita gente, a solução seria ou ir buscar a moto numa carrinha ou contratar uma transportadora para a trazer para casa mas César teve outra ideia. Meteu-se num autocarro em Lisboa, foi até São João da Madeira, fechou o negócio, e meteu-se pela N1 a fora, em direcção a Odivelas, onde chegou, com a máquina, após seis horas de viagem. "O homem que ma vendeu", diz ele, "Disse-me que eu era maluco e que apesar da moto estar a andar, ela não ia aguentar, mas trazer a moto por estrada foi muito mais divertido, e barato, que trazê-la de outra forma. Fazer estes quilómetros todos numa moto grande pode ser mais confortável, mas fazer nesta "menina" é muito mais divertido".

sábado, 17 de setembro de 2011

O Bart do Algarve


Aqui há uns anos atrás tive a oportunidade de fazer 5000 kms por terras marroquinas integrado num grupo de 20 BMWs modernas com todos os apoios e mordomias. Ainda hoje, e já lá vão uns quatro ou cinco anos, os 10 dias que passei naquelas terras, as paisagens, as pessoas e a camaradagem entre o pessoal do grupo ficaram-me marcados como dos melhores momentos da minha vida. Desde há poucos dias atrás, porém, tive que passar a olhar para esta aventura numa perspectiva um pouco diferente. Tudo porque me cruzei com um holandês amante de motos clássicas, o Bart, que agora reside em Portugal, e que há coisa de um ou dois anos atrás, depois de ter acabado um curso superior na Holanda, resolveu ir passar três semanas à Índia. As três semanas transformaram-se em seis meses e quando ele decidiu que estava na hora de voltar à Holanda decidiu, sabe-se lá como e porquê, que era mais engraçado vir numa moto antiga que de avião. Arranjou uma Royal Enfield com 35 anos, meteu-lhe um travão de disco à frente para a tornar mais segura, ou menos insegura, e veio por aí a fora, atravessando países como o Paquistão, o Afeganistão (sim, o Afeganistão), Irão e a Turquia. Uma grande aventura. Muito grande, mesmo. E de que vamos falar numa das próximas SóClássicas!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Quem disse que o Alentejo é só chaparros e vacas?


Domingo passado, fez-se história no mundo das motos clássicas em Portugal Foi em Almodovar City, no coração do Baixo Alentejo, no passeio anual de motorizadas e motos antigas local. No ano passado, com 315 participantes, o passeio já se tinha destacado como um dos maiores de Portugal. Para este ano, os organizadores, o Moto Clube de Almodovar (MCA), tinham como meta atingir um número parecido mas, pelo sim pelo não, prepararam o evento para 350 máquinas.Este número, porém, não só foi batido, como ainda terá havido mais umas 10 a 20 "senhoras" que tiveram que fazer o passeio "à pendura" por já não haver condições para as mesmas participarem oficialmente no dito. "O segredo", diz Luís Botelho, um dos responsáveis do MCA, "é simples. Muita dedicação do clube, hospitalidade qb, paisagens deslumbrantes e um almoço típico da serra de Monchique".

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Ossa sueca

Michel Clerenbeek, um sueco que vive em Madrid, tinha um problema. Sentia-se profundamente sueco e fazia questão de o demonstrar no dia-a-dia mas, ao mesmo tempo, era um apaixonado por muita coisa espanhola, designadamente tudo o que tivesse a ver com Ossas. A solução? Pintar a Ossa 160 T do final dos anos 60 que usava, e usa, no dia-a-dia, com as cores do seu país, azul claro e amarelo torrado. A moto poderá não ter ficado a Ossa mais bonita do mundo, mas Michel deixou de se preocupar com este seu "amor" dividido. E além disso passou também a ficar menos preocupado de lhe roubarem a moto. Afinal, quem quer uma Ossa toda pintada de azul claro e amarelo torrado? Só um sueco, claro.


E um deles, o sueco

Por nada deste mundo!


Floretts ainda há umas quantas por aí, felizmente, umas mais antigas, outras mais modernas, e umas em melhor estado que outras. A que o alentejano João Pedro Troles, de Vila de Frades, no concelho da Vidigueira, arranjou, é das mais raras. É uma 57 (de 1957) e João Pedro, que até há pouco tempo atrás só se interessava por japonesas modernas, comprou-a no ano passado para a restaurar, para ir a Fátima. Gastou um bom bocado de dinheiro nela, em peças, na pintura, nos cromados e outros, e o certo é que a moto ficou muito bonita. Foi a Fátima, voltou e de vez em quando é usada para umas voltas. Como aconteceu há uns dias atrás, quando estava a fazer uma obra na Vidigueira. A sua Honda Hornet com que anda no dia a dia estava na revisão e João Pedro não teve meias medidas. Meteu-se na Florett e fez dela o seu meio de transporte naquele dia. Só que a vida tem voltas e voltas e aconteceu que o empresário lisboeta para quem estava a fazer a obra viu-o chegar na Florett e encantou-se com a "menina". De tal forma que não largou o nosso amigo e, ali, na hora, ofereceu-lhe 7000 euros por ela. Para muita gente, a oferta teria sido irrecusável. Afinal 7000 euros são 7000 euros. Mas não para João Pedro que após pensar um pouco, agradeceu e declinou sem hesitação o dinheiro. "Com 7000 euros, diz ele, "Até comprava outra, ou outras, Florett 57 e restaurava-a ou restaurava-as também, mas esta foi a minha primeira clássica e gosto tanto dela que acho que nunca a vou vender"

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Naqueles tempos

Estávamos aqui a pesquisar uma MZ TS na net quando nos surgiu esta maravilhosa foto. Não fazemos ieia onde foi tirada nem que modelo de MZ é , mas é certamente uma máquina de competição da marca da ex-Alemanha de Leste, possivelmente uma 250. E deve ser do tempo em que elas andavam bem lá frente, na categoria de 250cc, nos anos 70. Que velocidade daria este "bicho"? E quem seria o seu piloto? Seria o grande Ernst Degner que deu à marca um espectacular quinto lugar num campeonato do mundo nessa década? Pode ser que sim, pode ser que não. Mas seja o que for, é, uma grande fotografia e é de nos pôr a imaginar o que seria isto, afinadinho, numa pista daqueles tempos.