terça-feira, 4 de outubro de 2011

O primeiro "carro" de muitos franceses

Em 1936, o governo socialista francês da altura decretou que todos os franceses que trabalhavam deveriam ter férias pagas. Até então, quem queria tirar uns dias para descansar, fosse em que mês fosse e fosse qual fosse o motivo, tirava-as mas não recebia qualquer salário, muito menos subsídios de férias. Em termos práticos, esta nova legislação fez com que os os gauleses, ou pelo menos uma grande parte deles, passassem a ser pagos para descansar. Muitos terão gasto o dinheiro em poupanças ou para pagar dívidas mas também não faltou quem o decidisse usar para fazer algo diferente do dia-a-dia, nomeadamente o viajar. A Derny, uma marca de ciclomotores que já existia desde o começo do século e que se tinha especializado em pacers, moto-guias para ciclistas, viu uma oportunidade de negócio nesta nova afluência e criou um ciclomotor com dois lugares e porta-bagagens traseiro para quem, não tendo dinheiro para ter um carro próprio, quisesse na mesma aproveitar as férias para viajar sem estar dependente dos transportes púbicos. Com um motor Zurcher de 98cc a dois tempos, a moto era muito económica mas o seu desempenho também deixava um pouco a desejar. Em recta podia chegar aos 45km/hora mas em subidas com algum pendente, o condutor e o pasaageiro tinham que dar ao pedal, literalmente falando, para a moto não parar. Durante a segunda guerra mundial a sua produção foi interrompida mas a seguir a Derny relançou-a embora nessa altura, as scooters se afirmassem já como uma alternativa francamente melhor o que levou a que a sua produção tivesse acabado em 1949.

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