quarta-feira, 7 de março de 2012

A tia Alice

Apesar do mundo das motos em geral, e das clássicas em particular, ser dominado pelo chamado "sexo forte", também há mulheres nele. Poucas porém, serão tão especiais neste nosso querido meio como Alice Jardim, uma minhota da aldeia de Palmeira de Faro, no concelho de Esposende, que apesar dos seus 72 anos, mostra mais pedalada que muitas jovens de 20 ou 30. "Tia Alice do Jardim", como é conhecida localmente não percebia nada nem de motos nem de bicicletas mas quando na década de 60 se casou com um então jovem mecânico destas coisas, aprendeu a "arte" e começou a ajudar o marido nos mais variados trabalhos, desde o mudar pneus a enraiar rodas, mudar óleos, cabos de acelarador e embraiagem, e outras coisas. Um dia, à pendura do marido, os dois tiveram um acidente em Fão, na EN13, e embora ela não tenha sofrido muito, o marido caiu mal e acabou por falecer. Para muita gente, homens ou mulheres, isto seria mais que suficiente para nunca mais voltarem a andar de moto, mas a tia Alice, para surpresa geral, não só voltou a fazer das máqunas de duas rodas - faça sol ou faça chuva - o seu meio de transporte habitual, como decidiu também manter a oficina do falecido marido a funcionar, com ela à frente da mesma. Apesar da idade, continua de segunda a sexta a trabalhar nas Casal, Famel, Sachs e outras máquinas da aldeia e, como se isso não bastasse, quase todos os sábados de manhã, ainda arranja tempo para ir na sua Casal Boss de duas velocidades, de Palmeira de Faro a Barcelos, vender flores no mercado da cidade. No sábado passado, com uma chuva das boas, lá ia ela. Vivam as mulhers como a tia Alice!

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