sexta-feira, 2 de março de 2012
A história duma ML muito rara
Apesar da Moreira & Letra de Cantanhede ter sido uma empresa bastante activa no mundo das duas rodas em particular nas décadas de 60 e 70 (até chegou a ser o representante dos motores de 50cc duma, na altura, nova marca de motos japonesa, a Honda!), as suas motorizadas de marca própria, as ML, não tiveram assim tanta projeção. Sobretudo com montagens da EFS, ainda se venderam alguma coisa - em particular as "irmãs" da EFS 220 - mas quase só na região de Aveiro e na Grande Porto. Em face disso, vá-se lá saber como é que um dos, para não dizer o seu modelo mais exclusivo, a ML Flecha com motor Zundapp de 5 velocidades foi parar à região de Coruche. Mas foi. Comprada por um bombeiro local, foi usada durante anos e anos mas depois um dia, já velhinha, acabou encostada num palheiro. Foi por lá ficando, foi ganhando ferrugem, algumas das suas peças começaram a desaparecer, e tudo parecia indicar que ela seria mais uma "senhora" que iria acabar no ferro-velho. Mas não. Um outro bombeiro local, o Rui Almeida (aqui à esquerda na foto), interessou-se por ela como velharia e acabou por ficar com ela, de graça. Para o Rui seria um "esqueleto" engraçado que, um dia, sabe-se lá quando, poderia, vir a voltar a andar. E como o depósito era tipo EFS, terá partido do princípio que seria fácil arranjar peças para ela. Quando começou a investigar um pouco é que percebeu que tinha arranjado uma raridade e que, se a queria um dia pôr como era em nova, ia ser uma "trabalhera". A "febre" das motorizadas, no entanto, chegou também a Coruche, e em força. O número de motorizadas antigas na terra, e nas aldeias vizinhas, disparou e nas conversas depois do trabalho no Tasca e noutros bares da terra, as "velhinhas" passaram a ser um dos principais temas de conversa. E vai daí que um dia numa dessas conversas, entre duas bujecas, um seu amigo, o Luís Felismino (o outro homem daqui da foto), o desafiou a restaurarem a motorizada, para a levar ao Todos a Fátima deste ano. Luís já tinha feito alguns restauros nas horas vagas, mas nunca se metera numa coisa tão rara como esta ML Flecha. O certo é que a coisa tem estado a andar e com ajudas um pouco de todo o país (os logos do depósito, por exemplo, foram conseguidos em Perelhal, o escape em Santo Tirso e as manetes em Águeda), a Flecha está quase a ficar pronta e neste momento já é quase certo que vai poder ir a rolar até ao mega evento.
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