quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
As mais vistosas
Quer se goste de motos quer não se lhes ache muita graça, o espectáculo dos domingos de manhã no Cabo da Roca, nas proximidades de Cascais, é daquelas coisas que vale a pena ver, nem que seja só uma vez na vida. Sobretudo quando não chove, a partir das oito, nove da manhã, começam a chegar ao promontório do Cabo motos. Primeiro umas poucas, depois mais umas, depois mais, e depois mais ainda. Num bom domingo de primavera ou do começo do verão, chegam a lá estar para cima de 400, quase todas motões. Hondas, Kawasakis, Yamahas, Suzukis, Bmws, Triumphs, Ducatis, KTMs e outras maravilhas modernas cheias de cavalos. É daqueles lugares onde, sobretudo quem tem moto, vai para ver e para ser visto, mas nos últimos tempos, o que tem dado mais nas vistas não é nenhuma bomba de cento e muitos cavalos made in Japan ou uma Goldwing ainda com mais cromados e leds que os que elas já trazem de fábrica. Não. O que agora está a dar são "gandas" máquinas como a SIS Sachs V5, a Famel Xf17, Macal M70 e outras que tal. A tal ponto que, segundo se diz quem lá vai - eu já não vou lá há uns bons meses mas tenho que ir - quando nestes dias chega ao Cabo algum autocarro cheio de turistas estrangeiros, se há motos que eles gostam de fotografar não são as bisarmas japonesas ou alemãs, ou italianas mas sim as "nossas" queridas cinquentinhas. Of course, man!
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O anúncio é velho: "o que é nacional, é bom..."!
ResponderEliminarAs nossas "cinquentinhas", não fora a política errada seguida e implementada para o sector, com protecção aos "bezouros" e "relas" made by amarelos e outros agiotas, ainda hoje davam cartas por esse mundo fora.
Quem sabe, a história não vai ter um virar de página inesperado?!...
Um abraço.
Paulo Gabriel.
O "estado de graça" que os portugueses viveram de 1986 (entrada na CEE) a 2002 (chegada do euro) ditou o fim das nossas motorizadas! O povo, teve acesso ao crédito bancário e pôde comprar japonesas, scooters e sobretudo automóveis!
ResponderEliminarAs nacionais eram técnicamente ultrapassadas? As DT não eram pois não? Então que é feito delas? Pululavam por esses liceus fora! Que é feito delas?
O encarecer da carta de condução, com mudança para a DGV (IMTT), tambem foi uma machadada nas nacionais!
Mas isto, não foi só em Portugal!!!
Que é feito das marcas espanholas, francesas, e sobretudo italianas? Ou desapareceram (maior parte) ou foram absorvidas pelos grandes grupos japoneses ou italianos!
A europa mudou, houve uma grande evolução económico-social e em Portugal tambem! As pessoas, puderam encostar as motoretas e comprar carro!
As motorizadas foram importantes numa época (assim como as bicicletas uns anos mais atrás),hoje não fazem sentido no nosso estilo de vida!
Das pessoas que clamam "ai se hoje tivéssemos fábricas de motorizadas"... quantas delas estão dispostas a comprar uma motorizada nacional nova para ir diáriamente para o trabalho?
As nacionais, hoje são uma bela recordação! Vamos recordá-las sempre com nostalgia e sobretudo preservar as sobreviventes para que no futuro, possam contar o nosso passado!
Carlos Martins/Old Moped
A indústria nacional de motorizadas, nunca foi muito acarinhada pelos governos, quer pré ou pós 25 de Abril!
ResponderEliminarSempre lutaram contra a maré!
Devido à elevada sinistralidade das motorizadas, estas foram sempre um alvo a abater!
Lembro-me quando num governo de António Guterres, se propôs a redução do teor alcoólico no sangue dos condutores! Foi um reboliço de todo o tamanho, que levou o governo a "engatar rápidamente a marcha atrás"!
Quando a indústria nacional das motorizadas entrou em crise, alguem lhe pôs a mão por baixo como nos vinhos? Perderam-se os postos de trabalho e todo o Know How de quase 50 anos!
Quando se tentou unificar a Casal, a Famel e a Fundador num projecto único, os "lobbys" que se escondiam na sombra, falaram mais alto...
Enfim, costuma dizer-se que temos aquilo que merecemos...
Carlos Martins/Old Moped
A frase do Paulo "Quem sabe a história não vai ter um virar de página inesperado", não é totalmente descabida. Há países europeus por aí - e em particular na Europa de Leste e no Reino Unido - onde se está a assistir ao lançamento de réplicas de motos e motorizadas que foram sucesso há 40 e 50 anos atrás. Não é a avalanche que foi na altura mas é de qualquer forma algo novo, do antigamente. Nós próprios, já cá temos algo assim em Barrô, na Original Kreidler. Na República Checa, onde há uns anos atrás se fez algo do género com a Jawa 50, a primeira série - de 400 unidades - foi vendida numa questão de horas!
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