terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Henderson Courtney

Embora todas as marcas norte-americanas de motos mereçam respeito e admiração, a Henderson, uma marca criada em 1911 por William "Bill" Henderson e que só se manteve em actividade durante 20 anos, é considerada uma das melhores tanto pelo desempenho dos seus famosos motores de quatro cilindros em linha como por alguns dos seus designs. Esta Henderson da foto, no entanto, está a dar que falar. Trata-se de uma espectacular personalização de uma K J Henderson de 1930 (já da segunda fase da marca em que ela utilizava motores de outros
fabricantes, o desta sendo um Indian de quatro cilindros em linha) concebida em 1936 por Ray Courtney, um designer dos anos 30 e que apesar de ser uma Henderson de corpo e alma, tem o quadro estendido o que a torna ainda mais bonita mas particularmente difícil de conduzir. Sabia-se que a moto tinha sido feita mas pensava-se que ela tinha acabado esquecida num ferro velho ou, pior ainda, transformada em sucata. Para surpresa geal, no entanto, a Henderson Courtney, como é chamada, ressurgiu do nada há poucas semanas atrás no Rhinebeck Meeting, uma feira e encontro de clássicas no estado de Nova Iorque e não só ressurgiu como encontra-se num estado imaculado. O "milagre" deve-se a Frank Westfall, um alfaiate da cidade de Syracuse, também no mesmo estado, o qual teve a oportunidade de comprar a moto a um particular há uns 10 anos atrás e restaurou-a no maior segredo.
Mas Frank não se limitou a mostrar a moto. Deu-se também ao luxo de mostrar que ela funciona dando uma série de voltas no recinto do encontro para satisfazer o gáudio de tudo e todos. O surgimento da moto foi de tal modo uma surpresa que Frank não já teve direito a entrevistas em jornais e televisões nacionais como várias ofertas para a comprar. Mas, pelo menos para já, parece que ele não está a pensar vendê-la. "Um potencial comprador convencido que o dinheiro faz tudo", diz ele, "Entrou na minha alfaiataria, abriu um livro de cheques e perguntou-me que valor eu queria que ele escrevesse no cheque para a levar. Quase que o insultei. Será que esta gente não percebe que há motos que para quem as restaura são muito mais que um número?"

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