sábado, 18 de setembro de 2010
O mistério das Neves
No passeio das Neves que teve lugar no mês passado e vai sair na Moto Clássica de Setembro, tinha muita coisa bonita. Tem sempre mas este ano mais ainda que noutras edições. E uma das que mais me chamou a atenção foi esta "senhora" do final dos anos 50 ou, na melhor das hipóteses do começo dos 60. Parece-se muito com uma Cruzador, o motor é Sachs de turbina mas tanto pelo motor como pela matrícula percebe-se que é uma 125cc e a OSP, tanto quanto sei, só fez máquinas de 50cc. Em face disto, poderia ser algo importado com motor Sachs, e até talvez seja, mas tanto quanto se sabe, também houve umas poucas montagens portuguesas com motores Sachs de 125cc que eram importados da Alemanha. Será esta uma destas? Já sei que enquanto não descobrir a resposta, não vou conseguir descansar, mas hei-de lá chegar!
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Ai ai ai...
ResponderEliminarE antes de receber os motores de 50cc em 1953, o que é que fazia Pedro?
98cc, foi a 1ª cilindrada utilizada! Havia com e sem turbina, embora tenha dúvidas de que esse motor seja um 98cc, por ter a turbina do lado direito!
Entre outras, a OSP, importou as motos Sachs Stella!
Carlos Martins/Old Moped
Oi Carlos,
ResponderEliminarTinha ideia que nos começos importava motores maiores, mas só os motores, Carlos, e que havia depois quem os montasse cá, em quadros mais ou menos artesanais como o homem de Santa Maria da Feira (cujo nome me falha) ou o homem de Olhão que também fazia quadros para Cuciolos e outros ciclomotores. Pelo que percebo do que dizes, importava os motores mas além disso motos completas, é? E que te parece que seja isto?
Bom dia:
ResponderEliminarCarlos, quanto a mim, no que respeita à identificação da moto, o Pedro até teve uma apreciação bastante correcta. Ela na verdade tem um ar familiar das primeiras Cruzadores e das Dover, por exemplo, no modo de aplicação dos guarda lamas. Na minha opinião esta moto será da primeira metade dos anos 50 – talvez 1954, mais ao menos - e é uma Dover, que geralmente era equipada com o motor Sachs 98. O motor que está montado na moto da foto,que quase de certeza tem mais de 98cc,à primeira vista parecia-me um Sachs 200, que equipava alguns dos microcarros da época, pois a arquitectura é muito parecida. A Sachs, entre estas duas cilindradas, também teve os motores 150 e 175, cujo bloco motor tem semelhanças com o 200, mas não sei se os havia com turbina. Por último, queria só acrescentar que as Sachs Stella que o Carlos refere são as Mars Stella de 175cc, que eu sempre achei esquisitas, pois têm um tipo de amortecimento original e fora do vulgar, para o banco do condutor.
Cumprimentos
Carlos Couceiro
Pedro, em próxima oportunidade, sempre que te surja uma suposta Dover ou Cruzador, tenta localizar no seu quadro a sigla SIS gravada! Isto garante que foi feita em Sangalhos para a OSP pela firma de Armando Simões!
ResponderEliminarSó assim, podemos lançar alguma luz sobre esse passado da Sachs em Portugal, que teima em manter-se obscuro!
Por falar em microcarros (Carlos), a OSP tambem importou os Fulda-Mobil, com motor Sachs de 9CV (1953), as Stella tinham 6,5CV o que nos indica que eram motores de cilindradas diferentes!
É mais um lamiré para a tua investigação!
Abraço aos dois!
Sim, o Pedro deve verificar se têm gravada a sigla SIS seguida de um n.º com quatro, ou cinco, dígitos, que, consoante o tipo de quadro,pode estar gravado em locais diferentes.
ResponderEliminarCarlos, pois é, os motores eram diferentes; penso que os Fulda Mobil tinham motor 200cc e as Mars Stella, 175cc.
Cumprimentos.
Carlos Couceiro
Amigos Carlos e Carlos, Hoje em dia já tenho essa preocupação mas neste caso não me foi possível, pois não estive pessoalmente nas Neves. Pese isto, já me pus em campo e ao que parece, a moto é da região de Aveiro. A mesma até estaria neste momento no passeio da Vagueira e se tudo correr bem, ainda antes do fim do dia, temos mais "luz" sobre o assunto. De qualquer forma, um duplo obrigado pelas vossas explicações. Graças a elas, eu, e penso que muitos outros leitores do blog, ficámos a saber mais coisas sobre as maravilhosas máquinas destes tempos.
ResponderEliminarMais novidades sobre o mistério. A moto é de 54, o motor é de 98cc, e não tem qualquer símbolo da OSP no quadro. E agora, meus senhores, perante isto que vos parece que temos aqui?
ResponderEliminarOlá a todos. Depois de ter lido estes comentários, não posso deixar de o fazer também.
ResponderEliminarEmbora a história esteja quase esclarecida, tenho a dizer que a motorizada é na verdade de 98 c.c. do ano de 1954, montagem nacional Cruzador e o seu dono é da região de Aveiro.
Não tem qualquer símbolo no quadro e na verdade está muito bem restaurada.
Na época haviam algumas de 50c.c. muito parecidas
O que digo é fonte segura pois hoje mesmo estive a falar com o dono da mesma.
Cumprimentos
Beatriz Máximo
Isso é interessante, Beatriz. Mas como sabe que é uma Cruzador? Foi porque o dono lhe disse?
ResponderEliminarBem esta motorizada foi restaurada pelo Tony Arrais que depois a vendeu ao actual dono. O mesmo Tony Arrais me disse também que era montagem nacional Cruzador e que no livrete a parte onde deveria dizer o modelo, estava riscado. Se ele o disse é porque tem certeza porque eu insisti na pergunta. Quanto ao actual dono nada mais me sabia dizer. Apenas estava muito satisfeito por estarmos tão interessados na dita cuja. Tirei mais fotografias com o condutor. Bem que procurei por todo os lados da motorizada para ver se encontrava mais alguma coisa,mas nada, nadinha escrito. Quase caí à procura.
ResponderEliminarPode fazer mais perguntas . Pode ser que eu me tenha esquecido de dizer mais algum pormenor.
BM
O facto do Tony Arrais, ou outra pessoa, dizer que uma moto é uma Cruzador, não significa por si só que ela seja uma Cruzador. O nome Cruzador era da Organização Sachs de Portugal (OSP) e em príncipio todas as motos ou motorizadas da OSP tinham uma chapa ovalada da dita na parte posterior do quadro. Esta, pelo que me disseram esta tarde da Vagueira, e pelo que a Beatriz também terá visto, não tem nenhuma chapa. Por outro lado, tanto quanto sei - mas isso o Carlos Couceiro ou o Carlos Martins poderão confirmar melhor - só houve Cruzadores de 50cc. E depois há outra coisa ali que me é estranho, os guarda-lamas. Acho-os muito perfeitos para uma moto de 1954. Até pode ser que esta moto esteja exactamente como era no seu estado orginal - independentemente da marca que seja - mas isto, juntamente com a referência do Carlos Couceiro à saída da turbina, começa a deixar-me algumas dúvidas para além da marca, à moto em si.
ResponderEliminarBem pelos vistos não adiantaram as investigações. Continuam as dúvidas.
ResponderEliminarQuem sabe se o primeiro proprietário não seria um bocado extravagante e já modificava certos pormenores.
Por algum motivo a parte do livrete onde deveria ter o modelo estava riscado.
Conheço uma pessoa que em 1967 começou por ter uma Carina e passados 2 anos era tudo menos isso. Há sempre quem invente
Vai ver foi o caso e se foi isso está agora a dar cabo da cabeça a toda a gente. Santa paciência.......
Cumprimentos
BM
Tive oportunidade de em companhia do Carlos Couceiro, analisar em pormenor esta suposta Cruzador no encontro da Vagueira!
ResponderEliminarTudo leva a crer não se tratar de um modelo nacional (o que não invalida poder ter sido vendida com a marca de J. Simões Costa)!
Não possui a sigla SIS gravada!
Não possui autocolantes ou emblemas que identifiquem a marca (bem restaurada?)!
Não possui chapa de construtor no motor, que indique a cilindrada, o tipo de motor e o ano (pelo menos)!
As soldas da coluna de direcção e do apoio do motor, são reforçadas com o recurso a uniões (técnica não utilizada pela SIS)!
Os garfos das ponteiras da forqueta, são em fundição e não obtidos por esmagamento na prensa (SIS)!
Toda a forqueta, tem pormenores de construção atípicos da nossa indústria!
O selim Pagusa utilizado, é de um tipo não conhecido nas máquinas de Arcos!
Os Pagusa usados por Simões Costa,são apertados num espigão (tal como nas bicicletas)! Este usa o quadro como parte integrante da sua estrutura!
O motor, não é o tradicional Sachs 98 da OSP!
Que conclusão tirar?
Esta é a hipótese que eu proponho:
Moto alemã, importada por J. Simões Costa e comercializada com a marca Dover ou Cruzador (talvez neste caso)!
Talvez inspirados neste modelo, os homens da OSP, tenham criado as 98 posteriores!
Esta em concreto, é de 54 mas, ninguem nos garante que não tenham sido comercializadas antes!
Aguardam-se outras hipóteses...
Boas! Tenho uma Dover de 51 com motor sachs 98. E tenho o mesmo problema a mota não tem qualquer sigla, chapa do construtor.
EliminarCarlos e Carlos,
ResponderEliminarObrigadíssimo por mais esta vossa contribuição. É mais uma, ou várias achegas, para chegarmos à verdade histórica sobre este tipo de motos. Um dia chegamos lá. Só a título de curiosidade,
depois de ler este vosso comentário, falei com o Tony Arraes da Vagueira, que foi quem restaurou a moto e a vendeu ao seu actual proprietário. Segundo o Tony,o homem que lhe vendeu a moto a ele Tony é um senhor de Aguada de Baixo (não muito longe de vocês) e ao que parece este senhor tem outra 98cc muito parecida com esta mas com motor sem turbina. As duas motos, porém, não terão a mesma origem. O senhor comprou primeiro uma, para a restaurar, e depois a outra, para peças, mas não chegou a fazer nada com as duas.
Eu tenho uma dover cycles bbc dowering 125 e nao tenho qualquer informação acerca deste modelo. Por favor ajude
ResponderEliminarEu tenho uma dover cycles bbc dowering 125 e nao tenho qualquer informação acerca deste modelo. Por favor ajude
ResponderEliminarEu tenho uma dover cycles bbc dowering 125 e nao tenho qualquer informação acerca deste modelo. Por favor ajude
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