terça-feira, 14 de setembro de 2010

A rã

No final dos anos 40, enquanto todas as grandes marcas italianas estavam a trabalhar afincadamente no desenvolvimento de motores multiclindricos para a classe de 500cc, na altura a classe raínha nas competições de motociclismo, a Norton que durante anos tinha sido o líder incontestável nesta classe, continuava a apostar na Manx com o seu cilindro único que apesar de já ter sido uma grande máquina, era cada vez menos competitiva. Vendo que não conseguia convencer a direcção da empresa a investir num motor mais moderno, Rex McCandless, um técnico que apesar de não pertencer aos quadros da Norton trabalhava com ela no seu departamento técnico (sendo só pago pelos projectos que se transformavam em produtos reais!). Sem poder contar com uma moto totalmente nova, a única hipótese era melhorar o desempenho da Manx que a nível de motor já estava mesmo no seu limite. Rex, com a ajuda do seu irmão Cromie, resolveu então trabalhar no peso e na aerodinâmica da moto, concebendo um quadro mais leve e mais baixo que permitisse ao piloto ir quase deitado. Paralelamente ao quadro e também com este objectivo, desenvolveu um depósito de gasolina novo, que não ocupava praticamente espaço no centro e que, em vez disso, tinha dois depósitos laterais. Apesar das mudanças, a moto não chegava para as italianas e mesmo em relação às Manxs normais não era assim tão melhor sobretudo pela sua ciclística pelo que só chegou a ser usada durante pouco mais de um ano mas pelo menos ficou com direito a uma alcunha, o de "rã", que esse sim perdura até hoje.


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